Derrubar um governo, seja ele qual for, sem ter uma solução eleitoral, ou outra, melhor que o governo
derrubado, isto é, ir de uma derrota para outra maior, dando o povo português como refém com poucas hipóteses de o salvar, será boa táctica e estratégia?
Qualquer estratega dirá
que não. Dirá que é uma "sacanice" histórica e politica dos grupos que se querem
evidenciar, como aconteceu com o infante D. Henrique, aquando do cerco a Tanger, onde, perdeu a Batalha, e, querendo os muçulmanos em troca, Ceuta o infante deixou D. Fernando como refém, sabendo que o entregava à morte, e, assim, pode ter
acontecido com a queda do mau governo de Sócrates, para dar lugar a um muito
pior, em que alguns dizem que está a praticar o holocausto das gerações seniores,
e o desespero dos jovens.
Como é da mais evidente razão a queda do governo Sócrates, como a deste, são exigências morais, patrióticas e humanas, mas, e, de igual modo, é uma exigência moral a CONSTRUÇÃO DIGO E SUBLINHO, CONSTRUÇÃO PLURAL DA ALTERNATIVA com muitos milhões de portugueses.
É urgente mudar de politica e de governo, mas para uma solução
governativa melhor, patriótica e mobilizadora do povo português,
é imprescindível que milhões de cidadãos, que neste momento votam PS, PCP BE, alguns PSD e muitos, mesmo muitos, não votam ou votam
branco ou nulo, se unam e constituam o epicentro de um tsunami politico.
Naturalmente, que muitos dos que vivem com base em narrativas ficcionadas, mitológicas dos tempos do fascismo não entendem as coisas assim e, contrariamente, consideram que é através de
gloriosos combatentes e lutadores que tudo se decide, o que, é verdade no limite, mas é um caminho heróico, que é preciso assumir nas suas consequências, e exige: lideranças heróicas, mulheres e homens mártires e, mesmo
neste caso, só se lutarem sob a bandeira da DEMOCRACIA, DA DEFESA DA DIGNIDADE HUMANA
E DO DESENVOLVIMENTO, e sempre com base na experiência humana, feita por mulheres
e homens concretos que têm de ser, antes do mais, amados, com amor real e não o ideal, cantado por alguns poetas e outros que nunca aceitaram a frustração que é conhecer o
homem real e o amor concreto, como tão exemplarmente refere Philips, editor de Freud,
numa visão actualizada (Pedro Mexia, Actual, expresso, 5 de Outubro 2013.)
Como tudo vai, como repetidamente tenho dito, 6.666.666 portugueses estão a ser fritos em lume brando. Destes, 3.333.333 são para reduzir à escala de subhumanos para sobreviverem como
escravos. O número actual destes anda por volta dos 2 milhões, os outros 4 milhões é para
viverem de mal a muito mal.
Para ver isto basta fazer as contas e não ser cego, nem imbecil. Segundo as estatísticas publicadas pelo Álvaro Santos, antes da austeridade, 40% do
portugueses ganhavam entre 0 e 10.000 euros ao ano. Logo façam as contas com os cortes e aumento de impostos etc, nem é preciso grande aritmética para concluir que estamos a empobrecer a a uma velocidade vertiginosa e, outros, poucos, a enriquecerem esplendorosamente.
Todavia, se considerar que segundo o governo de Cavaco e Silva, em 1990, sendo Major do Exército, estaria entre os 6% mais bem pagos, em sede de
IRS, esta circunstância poderá querer dizer que a cifra negra das vitimas actuais pode ser bem mais gravosa. Pessoalmente sinto-me a ser empurrado para esse barco da tragédia, do afogamento.
Sei bem que os
defensores da guerra civil em curso, ritualizada
pelas eleições - em que o voto se tornou uma arma para que um vencedor minoritário, representando 25% ou menos dos eleitores, imponha o seu poder aos demais - logo dirão que não percebem nada do que estou a dizer, e mesmo que isto é um disparate.
Todavia, este texto é
um alerta no sentido de que desde há mais de 30 anos temos andado de um quadro de sobrevivência para outro, sem nenhuma solução duradoira, diferente, e, sobretudo, revolucionária, seja qual for a dimensão em análise.
Em todo este tempo, excluindo o do PREC, simplesmente se têm sagrado vitórias
de partidos, em que os seus militantes ganham sempre e os outros 75 a 80% dos portugueses? Que nos dizem o partido Socialista os seus, militantes e simpatizantes? Por eles passaria em muito e passa a solução estrutural e justa para Portugal.
Na minha previsão ( que
infelizmente mais do que desejaria se tem verificado, até no que em 1985
denunciava que um dia os algozes, de então, estariam num outra lado da barreira,
de um modo oportunista, reclamando contra holocaustos, fascismos e actos velhacos idênticos aos que praticaram, e, ei-los, agora, quase todos, a seguirem este guião) ou nos mantemos por mais 5-10 anos neste estado de alienação e guerra latente e chegaremos aonde estes senhores querem; ou actos desesperados individuais ou colectivos dão o mote para uma ditadura;ou surge um
projecto nacional e um liderança nacional que mobilize os portugueses - salve Portugal e com Espanha e Grécia recrie a Europa, ou se faça uma associação de
estados do Sul que permita sair do euro, com alguma tranquilidade e sem ser em ditadura.
Mas como nada vem do Céu
e os que se mexem querem, através da guerra civil ritualizada, por agora, com o
voto, ganharem o poder , nada mudará, a não ser que o povo amorfo, 50% da população de abstencionistas se
erga, ou uns desesperados façam algo de muito dramático, o que, poderia ser importante para terminar um horror, mas muitas vezes instalando um inferno.
Como no fundo a maioria ou gosta de avançar de costas para o Futuro,
ou de morrerem na praia, loucos são os que se apresentam de passo trocado, perante
tantos e tão disciplinados seguidistas a caminho dos infernos.
Coisas e lousas, simplesmente coisas e lousas, que vão custando a pele e o coiro a eméritos, jovens e desempregados de longa duração... mas, são simplesmente coisas.... Que caia o pano. Esta ópera bufa terá novos capítulos.
Este texto será esquecido, convém, mas foi escrito, como muitos outros desde 71 que a realidade.... pois é... pois é...
Coisas....
andrade da silva