NOTA PRÉVIA: cópia de um e-mail que confirma, reconfirma, e reconfirma, e reconfirma
o que muitos, e também eu, tenho dito, desde há muitos anos. Em 1990 dirigi-me
ao governo de Cavaco da Silva por causa do peso da fiscalidade e o meu baixo
vencimento. Era major do Exército, e o seu governo na pessoa do secretário de
Estado, de seu nome Oliveira e Costa reconheceu a justeza da minha reclamação, depois foi o que
se viu, e, então, eu fazia dos 6% mais bem pagos em sede do IRS, ganhava 150
contos.
Mas, depois do que diz António Costa é de perguntar e, agora, PS, e, agora, José Seguro, e, agora, António Costa, já ninguém poderá dizer que António Costa é um dissidente?"
asilva
"Afinal a verdade é uma coisa tão simples !
Tenho uma triste notícia para dar aos comentadores e analistas políticos.
Estes "treinadores de bancada" podem todos passar a dedicar-se à
agricultura porque António Costa, em menos de 3 minutos, disse tudo, TUDO!
Na "quadratura do círculo".
E aqui está textualmente o que ele disse
(transcrito manualmente):
“A situação a que chegámos não
foi uma situação do acaso. A União Europeia financiou durante muitos anos
Portugal para Portugal deixar de produzir; não foi só nas pescas, não foi só na
agricultura, foi também na indústria, por ex. no têxtil.
Nós fomos financiados para desmantelar o têxtil porque a Alemanha queria
(a Alemanha e os outros países como a Alemanha) queriam que abríssemos os
nossos mercados ao têxtil chinês basicamente, porque ao abrir os mercados ao têxtil chinês eles
exportavam os teares que produziam, para os chineses produzirem o têxtil que
nós deixávamos de produzir.
Portanto, esta ideia de que em
Portugal houve aqui um conjunto de pessoas que resolveram viver dos subsídios e
de não trabalhar, e que viveram acima das suas possibilidades é uma mentira
inaceitável.
Nós orientámos os nossos investimentos
públicos e privados em função das opções da União Europeia: em função dos
fundos comunitários, em função dos subsídios que foram dados e em função do crédito que foi proporcionado. Consequentemente,
houve um comportamento racional dos agentes económicos em
função de uma política induzida pela União Europeia. Portanto não é aceitável
agora dizer… podemos todos concluir e acho que devemos concluir que errámos,
agora eu não aceito que esse erro seja um erro unilateral dos portugueses.
Não, esse foi um erro do conjunto
da União Europeia e a União Europeia fez essa opção, porque entendeu que era
altura de acabar com a sua própria indústria e ser simplesmente uma praça financeira. E é isso que estamos a pagar!
A ideia de que os portugueses são responsáveis pela crise, porque andaram a
viver acima das suas possibilidades, é um enorme embuste.
Esta mentira só é ultrapassada por uma outra. A de que não há alternativa à
austeridade, apresentada como um castigo justo, face a hábitos de consumo
exagerados. Colossais fraudes. Nem os portugueses merecem castigo, nem a
austeridade é inevitável.
Quem viveu muito acima das suas
possibilidades nas últimas décadas foi a classe política e os muitos que se alimentaram
da enorme manjedoura que é o orçamento do estado. A administração central e
local enxameou-se de milhares de "boys", criaram-se institutos
inúteis,fundações fraudulentas e empresas municipais fantasma. A este regabofe juntou-se
uma epidemia fatal que é a corrupção.
Os exemplos sucederam-se. A Expo 98 transformou uma zona degradada numa
nova cidade, gerou mais-valias urbanísticas milionárias, mas no final deu prejuízo.
Foi ainda o Euro 2004, e a compra dos submarinos, com pagamento de luvas e corrupção provada, mas só na Alemanha. E foram as vigarices
de Isaltino Morais, que nunca mais é preso. A que se juntam os casos de Duarte
Lima, do BPN e do BPP, as parcerias público-privadas 16 e mais um rol
interminável de crimes que depauperaram o erário público.
Todos estes negócios e privilégios concedidos a um polvo que, com os seus
tentáculos, se alimenta do dinheiro do povo têm responsáveis conhecidos. E têm
como consequência os sacrifícios por que hoje passamos.
Enquanto isto, os portugueses têm vivido muito abaixo do nível médio do
europeu, não acima das suas possibilidades.
Não devemos pois, enquanto povo,
ter remorsos pelo estado das contas públicas. Devemos antes exigir a eliminação
dos privilégios que nos arruínam.
Há que renegociar as parcerias público--privadas,
rever os juros da dívida pública, extinguir organismos... Restaure-se um mínimo
de seriedade e poupar-se-ão milhões. Sem penalizar os cidadãos Não é, assim,
culpando e castigando o povo pelos erros da sua classe política que se resolve a
crise. Resolve-se combatendo as suas causas, o regabofe e a corrupção. Esta sim,
é a única alternativa séria à austeridade a que nos querem condenar e ao
assalto fiscal que se anuncia."