domingo, 13 de maio de 2018

05 - POEMÁRIO * A estrada


(O MEU RIMANCEIRO) 


A estrada… 





Quando se nasce, inventa-se uma estrada. 

É uma estrada aberta, passo a passo, 

mesclada de ansiedade e de cansaço, 

que dura enquanto dura a caminhada. 



Das flores e gorjeios infantis 

à moça idade idílica de enleios 

que frustrações, que angústias, que receios 

o sol maculam dum devir feliz? 



Mais tarde, o céu se nubla e o vento agreste 

ensaia a sua dança de procelas. 

As portas rangem, rangem as janelas, 

de fumo negro a chaminé se veste. 



Dezembro traz no manto saturnal 

as prendas e as oníricas miragens. 

O mito novo traz, noutras roupagens, 

a derradeira prenda… a de natal… 





José-Augusto de Carvalho 
Alentejo, 12 de Maio de 2018.

Sem comentários: