MEMÓRIAS DE UM MILITAR DE ABRIL DE VÍTOR PÁSSARO: OS ANTECEDENTES
Ao
integrar um grupo de jovens que, no Barreiro, procuravam desenvolver um
conjunto de actividades que permitissem uma consciencialização política mais desenvolvida,
fui ganhando a noção de que da discussão e análise dos problemas que afectavam
o país antes da queda da ditadura, e em particular os jovens, pontificava o fim
do regime e da guerra colonial.
O
fim da guerra colonial, só possível com a queda do regime fascista, era o que
preocupava grandemente os jovens em idade de terem que entrar nas fileiras e,
não raro, as preocupações centravam-se na formação militar após a recruta, que
era tema de conversa quase obrigatória entre todosos que se encontravam nesta
situação.
Para
além disso, o ingresso no Serviço Militar Obrigatório (S.M.O.) e a eventual
partida para a frente de guerra, era um obstáculo grande que se punha na vida
profissional ou de estudante de quase todos durante um período de cerca de quatro
anos.
Ingressei
no S.M.O. em 17 de Julho de 1973 no Destacamento da Escola Prática de Cavalaria
(E.P.C.), em Santarém, onde fiz a recruta como instruendo do Curso de Sargentos
Milicianos (C.S.M.). As memórias desse tempo não são as mais agradáveis, desde
logo pela mudança radical que a minha vida, tal como a de milhares de jovens,
sofreu. As instalações onde os recrutas estavam alojados eram muito
desagradáveis já que as camas estavam equipadas com “modernos” colchões e
almofadas de palha, os “armários eram pequenos caixotes de madeira que se
guardavam debaixo das camas e os beliches estavam permanentemente providos de
percevejos que nem os insecticidas que levávamos de casa conseguiam exterminar
por completo. No refeitório, as mesas eram de pedra e com um aspecto tenebroso
mas, em contrapartida, a parada interior devia estar permanentemente limpa.
Retenho o episódio de o Tenente Migueis me chamar para que retirasse um “barrote” (feito pau de fósforo) do seu
caminho para que pudesse passar.
Quero referir
que nunca percebi em que é que este tipo de atitude por parte de alguns
oficiais possibilitaria uma melhor formação de âmbito militar. Também a
qualidade da comida era sempre posta em causa e tivemos a oportunidade de fazer
um levantamento de rancho no dia em que a dobrada cheirava a merda. Chamado o
comandante do Grupo de Instrução, Capitão Tavares de Almeida, fomos todos
ameaçados com fins-de-semana cortados, mas por fim acabou por reconhecer que
tínhamos razão e mandou fazer uma refeição rápida para todos.
Terminada
a recruta , seguiu-se a especialidade, transmitida, após grande expectativa,
pelo comandante de pelotão e lá segui para Vendas Novas para a Escola Prática
de Artilharia (E.P.A.), onde frequentei a especialidade de P.C.T.-Posto Central
de Tiro. As instalações na unidade não eram comparáveis com as do Destacamento
da E.P.C., pois as camas tinham colchões e almofadas de espuma, armários
metálicos para cada um e as mesas do refeitório, sendo de tampo de pedra,
tinham toalhas plásticas a cobri-las. Recordo-me de um camarada dizer que
parecia que estávamos num hotel, por comparação com a unidade de Santarém. Naquela
altura, o comandante do Grupo de Instrução era o major Oliveira, mais tarde
comandante do Regimento de Comandos e um dos oficiais instrutores era o Tenente
Andrade da Silva, que ministrava técnica de combate e minas e armadilhas, entre
outras. Na época, a E.P.A. era conhecida como os Comandos do Sul, tal o rigor
da instrução. Concluída a especialidade em Dezembro/73, fui colocado na E.P.A. e
na Bateria do Capitão Duarte Mendes, transitando mais tarde para o Grupo de
Instrução já sob o comando do tenente Jesus Silva, de quem fui seu adjunto.
Com
o passar do tempo vamos estabelecendo contactos com outros militares e foi
assim que em contacto com o Furriel Sequeira íamos falando sobre a situação
política e as perspectivas que o futuro nos reservava, enquanto militares, em
função da especialidade de cada um.
É então que chegamos ao 16 de Março de 1974,
conhecido como o golpe das Caldas, tendo a E.P.A. entrado de prevenção como
consequência da iniciativa daqueles militares. Recordo-me que, pela entrada da
noite, estava a conversar com o Furriel Sequeira na parada interior e em frente
ao bar de sargentos, sobre o ocorrido, quando se aproxima de nós o Tenente
Andrade da Silva. Perguntámos -lhe o que se estava a passar, pois falava-se na
possibilidade de um golpe de extrema-direita dirigido pelo General Kaúlza de
Arriaga, mas a abertura do Tenente não foi grande, nem dando qualquer
informação sobre o que deu origem aquela iniciativa militar, (compreensível
porque a Pide ainda existia) mas sempre comentou que “vinha observar o estado
de espírito dos Furriéis”.
Vitor
Pássaro
Furriel-miliciano
em Abril de 1974
ABRIL VIVO!
PS: No dia 25 Abril 74 estarei na cerimónia da Câmara de Vieira do Minho a Evocar o Glorioso e Vitorioso 25 de Abril 74.
No dia 21 estive nas Caldas com o patriotca e empenhada Associação MVC : Movimento Viver o Concelho - um momento extraordinário de VIVER ABRIL HOJE. Um grande bem- Haja a todas e todos particularmente à Dra. Teresa Serranho ao meu antigo camarada de armas em Vendas Novas Serranho e ao Dr. Paulo Morais que mediou este encontro
No dia 20 estive na Escola Básica de À dos Loucos/ Alhandra com crianças com um comportamento de muito felizes e bastante conhecedoras de muitas realidades um Bem- haja ao Bento,homem incansável que promoveu este encontro, às professora da Escola, ao meu camarada Borges que nos deliciou e encantou com a sua voz de tenor e à Mel Besuga pela sua companhia.
No dia 25 de Abril 2018, o Jornal de Noticias, através da Jornalista Helena publicará uma entrevista minha sobre o 25 de Abril. Seria bom ,não por mim, mas pelo facto que comprassem o jornal nesse dia e sempre
ABRIL VIVO!
PS: No dia 25 Abril 74 estarei na cerimónia da Câmara de Vieira do Minho a Evocar o Glorioso e Vitorioso 25 de Abril 74.
No dia 21 estive nas Caldas com o patriotca e empenhada Associação MVC : Movimento Viver o Concelho - um momento extraordinário de VIVER ABRIL HOJE. Um grande bem- Haja a todas e todos particularmente à Dra. Teresa Serranho ao meu antigo camarada de armas em Vendas Novas Serranho e ao Dr. Paulo Morais que mediou este encontro
No dia 20 estive na Escola Básica de À dos Loucos/ Alhandra com crianças com um comportamento de muito felizes e bastante conhecedoras de muitas realidades um Bem- haja ao Bento,homem incansável que promoveu este encontro, às professora da Escola, ao meu camarada Borges que nos deliciou e encantou com a sua voz de tenor e à Mel Besuga pela sua companhia.
No dia 25 de Abril 2018, o Jornal de Noticias, através da Jornalista Helena publicará uma entrevista minha sobre o 25 de Abril. Seria bom ,não por mim, mas pelo facto que comprassem o jornal nesse dia e sempre
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