terça-feira, 19 de janeiro de 2016

VERGONHA!

 
 
 
 
Que gente! Porque não calam a sua hipocrisia?
 
Então, para homenagearem Almeida Santos querem fazer crer que temos as mais fortes,  heroicas, sábias e justas leis estruturadoras de um dito estado de direito, feitas por si, ou com o seu contributo, contudo,  isto ,é mentira, e, desde muito cedo, desde a década de 70.
 
 Muitas dessas leis foram inconstitucionais à luz da Constituição de 1976, esta, sim, uma grande lei utópica e bela. Um hino que foi sendo sucessivamente amputado nas sucessivas revisões.
 
Todavia, uma das tais leis estruturadoras,  do dito estado direito, não pode deixar de ser a Lei da Reforma Agrária de António Barreto que devolveu  aos latifundiários do 24 de Abril um milhão de há de terras, antes entregue a cooperativas e pequenos agricultores no contexto dos movimentos sociais na zona de intervenção da Reforma Agrária, quando a Constituição de 76 previa exactamente o contrário - a socialização dos meios de produção e a transferência do uso das terras para cooperativas e pequenos agricultores, porém  a lei barreto veio fazer o contrário, ou seja,   devolver as terras,  a serem expropriadas, aos latifundiários.  Lei do PS que de tão brilhante foi, que  para a sua aplicação recorreu-se à  cacetada sobre milhares de trabalhadores  e houve  dois mortos Caravela e Casquinha, este, com 17 anos de idade. E para mais as terras ficaram incultas e os agrários ao nível da política agrícola comum da Europa (PAC) passaram a receber milhões de euros, em  indeminizações. De facto não há lei mais estruturante e inteligente para todo o Alentejo que esta, bem como,  para a economia portuguesa.
 
Também foram muito estruturantes para Portugal e os  trabalhadores portugueses a votação na Assembleia da República, em 1996, em que o PS impediu que o horário de trabalho  descesse para as 40 horas de trabalho semanais.
 
Também foi pena não se terem criado ou criarem  leis inteligentes e eficazes contra a corrupção, as incompatibilidades dos deputados que tanta desgraça trazem a Portugal.
 
Mas também é lamentável que a nível do Estado de Direito a justiça nos tribunais por más leis não funcione, e  os poderosos e ricos sejam impunes.
 
De resto, para além da desgraça a que os políticos conduziram o país, com 1/3 de pobres, outro terço assim, assim e outros, poucos, muito ricos, ricos ou bem-bem, toda a gente é porreira de olhos e cabelos negros, há mar, sardinhas - somos um bom povo e, eles, os políticos, os mais porreiros de todos os porreiros. Que  nobres lideres corajosos, heroicos tem este povo que desconhecem, por completo, qualquer imperativo categórico de nível ético. politico ou moral, logo, não têm nenhum balizamento de nenhuma natureza para a sua acção
 
Mas alguns deviam ter vergonha, não sei se na cara, se  nas f....,  julgar  de traidor alguém, alguns- o PS,em 1975, confirmando esse juízo em 1996  etc etc, por actos reais, concretos e efectivos, com consequências dramáticas para pessoas do povo, com mortes, desemprego massivo, despovoamento de muitas e muitas aldeias no Alentejo (por exemplo  a Cooperativa Estrela da Vermelha com 600 cooperantes  foi destruída  em  À da Bela, e, assim, muitas outras)e, agora, neste dia, porque interessa esquecer tudo isto, esses mesmos  falam de Almeida Santos, independentemente das suas qualidades e  limitações, segundo um discurso protocolar que passa a ser  uma afronta às vitimas, e não agradaria, subjectivamente, ao próprio Almeida Santos. 
 
As leis de um modo geral têm sido inteligentes, benéficas e estruturadoras da riqueza dos Donos Disto Tudo (DDT),  e sempre com mais escravização dos trabalhadores, como claramente é o caso das leis laborais, que provocaram até no Estado a precaridade no emprego, e, assim,  que lei, mais estruturadora da bondade deste estado de direito a que traz jovens e trabalhadores com 16 anos num dado posto de trabalho em permanente estado de stresse, que inteligência e sensibilidade destes legisladores, que também foram generosos retiraram o subsidio de desemprego para centenas de milhares de trabalhadores, que também para o receberem estão sujeitos a um dado procedimento de identidade e residência, como se fosse um desempregado um criminoso, que justas inteligentes e estruturadoras são estas leis desta democracia?
 
Então, porque fala esta gente se não podem falar em verdade?
 
E ponto final ao discurso politico.
 
 Falemos do homem-homem e, aqui, talvez todos  podem identificar um Homem que parte pela sua sensibilidade, cultura, capacidade artística, interacção com outros, e, nestas dimensões, muitos políticos são pessoas maravilhosas, e, um deles, é Almeida Santos, que conheci em alguns contextos  de acções de solidariedade e, nestes,  vi-o numa ligação tipo avó- neto com jovens quadros do PS, o que, sempre me impressionou.  Por este homem, assim,nesta dimensão de Homem, simplesmente homem: afável, simpático, mesmo brando, disponível  e um grande cantor de fado, choro uma lágrima, e sinto a saudade de já não o ouvir.

Aos familiares e amigos de Almeida Santo um abraço, e para ele um abraço de humano, para humano, simplesmente e um até à eternidade!
 
andrade da silva

 
 

Sem comentários: