domingo, 3 de agosto de 2014

14 - NA ESTRADA DE DAMASCO * Condenação



Escultura de Rodin





Vestida de burel, entrevejo a manhã.

Nem luz e nem azul. Tão triste e pardacenta,

mal entra,

tão vaga e sem rumor, com pezinhos de lã…



Pela vidraça fria,

de lágrimas banhada,

apenas o palor duma melancolia

de orvalho desenhada.



Lá longe, a vida grita,

aflita…

Não há quem a socorra!

Que importa o sacrifício às portas do Jardim

e morra,

mais uma vez, Abel, a golpes de Caim?





José-Augusto de Carvalho
3 de Agosto de 2014.
Viana*Évora*Portugal

2 comentários:

andrade da silva disse...

Um grande abraço.

Belo, e que falta fazem os seus poemas!

andrade da silva

José-Augusto de Carvalho disse...

É um privilégio receber tão elogioso comentário do meu prezado Amigo Andrade da Silva.
Nem sempre a Vida me permite disponibilidade para colaborar neste espaço, exclusivo motivo das minhas ausências.
A minha gratidão pelo apreço que me dispensa e que muito sensibilizado retribuo.
Até sempre!
Cordiais saudações.
José-Augusto de Carvalho