sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

SE....


       " lembrando a morte de Etiano branco"

Se, eventualmente a luz da vida se apagar,  para mim, não fiz, nunca, biografia alguma. Contei estórias de uma vida, assim, assim; um pouco normal, um pouco louca; com um pouco de desassossego; julgo que  com muita independência  face aos poderes e aos poderosos, e, com isto, sofri, sofro chatices  sem jeito nenhum; encontrei e vou encontrar, ainda, dúzias de parvos, idiotas e fanáticos: gentes de seitas e máfias, e,  com toda a luminosidade,  o prazer supremo de conviver com meia dúzias de gente porreira e também de animais queridos- gatos, cães e cabritos.


Foi, (é) ,porreiro ser pai, amante, militar de Abril, madeirense, português, plebeu e não ter medo das várias cambadas que me enojam, dão-me vómitos, mas admirei os generosos e os sábios. 



Pelos pseudo-intelectuais, os poderosos do assassínio das liberdades, das gentes e dos povos, os carcereiros, os vendidos, cultivei (o), mantive e mantenho o maior desprezo, que eles conhecem, e sempre desvalorizaram - olha lá o zé ninguém! 



 Porreiro foi, e é, ser desconhecido das gentes corruptas, apesar de ser muito complicado, e não ser pêra doce, pois  essa gente  é dona de tudo: terras, empresas, capital e das almas, sobretudo destas, logo, para quem, como eu, não tem nenhuma vocação para mártir,  santo ou herói, tudo isto é, mesmo um cálice cheio de gotas de maldição, que tem de ser tomado até à última gota.



A minha vocação,  inscrita na estrela do meu polegar direito ( o que dirá quem sabe destas coisas?) foi e é, SIMPLESMENTE VIVER: amar, saber, passear, beber um copo de tinto, com um bom  cozido à portuguesa, na companhia da bela gente do povo português,  ter acesso a direitos sociais, humanos e políticos inquestionáveis,  e lutar por iguais direitos para todos os outros, meus concidadãos. Muitas das restantes coisas, para mim, são linearmente me_das, sobretudo, a riqueza faustosa,  a burocracia e o comportamento cínico do politica, ou social, ou religiosamente correcto.



No fundo, como não podia deixar de ser, sou  um entre os muitos biliões de concidadãos anónimos do Mundo.


Muito simples. Simplesmente.

andrade da silva

3 comentários:

Marília Gonçalves disse...

Por outras palavras, um Homem! Homem de Abril, Capitão da Liberdade, que por ela a perdeu, como Abril se perdeu de si, de Portugal, de todos nós.
abraço meu Capitão

Marília Gonçalves

rosalina disse...

é bom saber, e ler, que, no meio de toda esta desgraça, há ainda pessoas assim, simplesmente generosas. abraços capitão

andrade da silva disse...

abraços

asilva