quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Quadratura do círculo e de Portugal.





NOTA PRÉVIA: cópia de um e-mail que confirma, reconfirma, e reconfirma, e reconfirma o que muitos, e também eu, tenho dito, desde há muitos anos. Em 1990 dirigi-me ao governo de Cavaco da Silva por causa do peso da fiscalidade e o meu baixo vencimento. Era major do Exército, e o seu governo na pessoa do secretário de Estado, de seu nome Oliveira e Costa reconheceu a justeza da minha reclamação, depois foi o que se viu, e, então, eu fazia dos 6% mais bem pagos em sede do IRS, ganhava 150 contos.

Mas, depois do que diz António Costa é de perguntar e, agora, PS, e, agora, José Seguro, e, agora, António Costa, já ninguém poderá dizer que António Costa é um dissidente?"
 
asilva

"Afinal a verdade é uma coisa tão simples !

Tenho uma triste notícia para dar aos comentadores e analistas políticos. Estes "treinadores de bancada" podem todos passar a dedicar-se à agricultura porque António Costa, em menos de 3 minutos, disse tudo, TUDO!

Na "quadratura do círculo".

E aqui está textualmente o que ele disse (transcrito manualmente):

“A situação a que chegámos não foi uma situação do acaso. A União Europeia financiou durante muitos anos Portugal para Portugal deixar de produzir; não foi só nas pescas, não foi só na agricultura, foi também na indústria, por ex. no têxtil.

Nós fomos financiados para desmantelar o têxtil porque a Alemanha queria (a Alemanha e os outros países como a Alemanha) queriam que abríssemos os nossos mercados ao têxtil chinês basicamente, porque ao abrir os mercados ao têxtil chinês eles exportavam os teares que produziam, para os chineses produzirem o têxtil que nós deixávamos de produzir.

 Portanto, esta ideia de que em Portugal houve aqui um conjunto de pessoas que resolveram viver dos subsídios e de não trabalhar, e que viveram acima das suas possibilidades é uma mentira inaceitável.

 Nós orientámos os nossos investimentos públicos e privados em função das opções da União Europeia: em função dos fundos comunitários, em função dos subsídios que foram dados e em função do crédito que foi proporcionado. Consequentemente, houve um comportamento racional dos agentes económicos em
função de uma política induzida pela União Europeia. Portanto não é aceitável agora dizer… podemos todos concluir e acho que devemos concluir que errámos, agora eu não aceito que esse erro seja um erro unilateral dos portugueses.

 Não, esse foi um erro do conjunto da União Europeia e a União Europeia fez essa opção, porque entendeu que era altura de acabar com a sua própria indústria e ser simplesmente uma praça financeira. E é isso que estamos a pagar!

A ideia de que os portugueses são responsáveis pela crise, porque andaram a viver acima das suas possibilidades, é um enorme embuste.

Esta mentira só é ultrapassada por uma outra. A de que não há alternativa à austeridade, apresentada como um castigo justo, face a hábitos de consumo exagerados. Colossais fraudes. Nem os portugueses merecem castigo, nem a austeridade é inevitável.

 Quem viveu muito acima das suas possibilidades nas últimas décadas foi a classe política e os muitos que se alimentaram da enorme manjedoura que é o orçamento do estado. A administração central e local enxameou-se de milhares de "boys", criaram-se institutos inúteis,fundações fraudulentas e empresas municipais fantasma. A este regabofe juntou-se uma epidemia fatal que é a corrupção.

Os exemplos sucederam-se. A Expo 98 transformou uma zona degradada numa nova cidade, gerou mais-valias urbanísticas milionárias, mas no final deu prejuízo.

Foi ainda o Euro 2004, e a compra dos submarinos, com pagamento de luvas e corrupção provada, mas só na Alemanha. E foram as vigarices de Isaltino Morais, que nunca mais é preso. A que se juntam os casos de Duarte Lima, do BPN e do BPP, as parcerias público-privadas 16 e mais um rol interminável de crimes que depauperaram o erário público.

Todos estes negócios e privilégios concedidos a um polvo que, com os seus tentáculos, se alimenta do dinheiro do povo têm responsáveis conhecidos. E têm como consequência os sacrifícios por que hoje passamos.

Enquanto isto, os portugueses têm vivido muito abaixo do nível médio do europeu, não acima das suas possibilidades.

 Não devemos pois, enquanto povo, ter remorsos pelo estado das contas públicas. Devemos antes exigir a eliminação dos privilégios que nos arruínam.

Há que  renegociar as parcerias público--privadas, rever os juros da dívida pública, extinguir organismos... Restaure-se um mínimo de seriedade e poupar-se-ão milhões. Sem penalizar os cidadãos Não é, assim, culpando e castigando o povo pelos erros da sua classe política que se resolve a crise. Resolve-se combatendo as suas causas, o regabofe e a corrupção. Esta sim, é a única alternativa séria à austeridade a que nos querem condenar e ao assalto fiscal que se anuncia."

2 comentários:

Marília Gonçalves disse...

• Tudo isso é verdade! quanto a agricultura em 98 meus filhos seguiam ambos cursos de Jovens Empresários Agrícolas, estávamos em cheio no meio; claro que nunca passaram dos cursos, quando ia ver um terreno onde pudessem começar a sua vida na agricultura, o terreno por que nos pediram um dia 8000 contos, ao voltarmos no dia seguinte para começar a tratar das coisas para uma possível compra o mesmo terreno já pediam por ele 25000 contos e assim todos os que vimos e nada se pôde fazer, entretanto com ajuda dos fundos perdidos floresciam vivendas de engenheiros ligados ao assinto, e os empréstimos a fundo perdido que em agricultura funcionavam do seguinte modo continuava a beneficiar não quem precisava mas quem já tinha, nessa altura incentivava-se no barrocal algarvio a construção de estufas, por cada 10 000 contos investidos a CE dava outros dez mil. Quem não tivesse os primeiros dez mil, ficava sem ajudas: devia haver muito quem os tivesse, porque as tufas cobriram o barrocal onde o plástico era parte da paisagem.
ilsto durou uns 2 anos, ao fim dos quais os mesmos agricultores, que tinham recebido a fundo perdido essas enoemes quantias, receberam ordem da CE para deixar de tornar as estufas produtivas, para o que voltavam a ser subsidiads a fundo perdido!
em menos de nada a paisagem de estufas de plástico correndo o barrocal, transformou-se numa "feira de farrapos de plástico a desfazer-se ao vento! e as estufas vazias! pela mesma época, receberam o os agricultores ordem de arrancar as oliveiras (árvores de avós, que levam gerações a ser adultas) pelas oliveiras destruídas eram os agricultares beneficiados com mais um subsidio a fundo perdido! porque havia na Europa outros produtores de azeite que esse tinha padrinhos para ser preferido! quando se sabe que o azeite português era um dos melhores que se produziam,, tal com o afirma o Jorge Amado, quando nos seus livros em que ensinava uma receita, aconselhava que o azeite usado na confecção da mesma :-principalmente se tivesse o cuidado de usar somente o azeite português! o grande escritor sabia do que falava, mas a grande parte das nossas oliveiras foram sacrificadas nessa altura

Marília Gonçalves

Carlos Pinheiro disse...

É por estas e por outras que hoje, quando entramos numa grande superficie, verificamos que as batatas são espanholas ou francesas, que as cebolas têm a mesma origem e alguma até já são importadas do PERÚ, sim PERÚ, há maçãs da China e da África do Sul, há cenouras que vêm não sei de onde, quando no final de contas podiamos produzir tudo para nós comermos e ainda exportrarmos. Mas há interesses obscuros que fomentam este estado de coisas. E por isso chegamos a este estado.