domingo, 30 de dezembro de 2012

SULCAR O TEJO PARA VISITAR UM PRISIONEIRO DA LIBERDADE E DA VIDA.



Logo após o 25 de Novembro 75, injectaram o vírus da morte nesta Democracia, com a prisão de militares de Abril, que até estiveram à beira de terem um outro tipo de encontro imediato, outro destino.

 Mas o país pouco interesse deu a isto, coisa pouca: militares fundadores da IV Republica presos - que coisa insignificante!
Somente algumas centenas de grandes Portugueses, se preocuparam com tal coisa, entre outros  preocuparam-se, foram solidários, ou mesmo sacrificados: Vasco Gonçalves, Carlos Fabião, Pinto Soares, Golias, Miranda (já partiu por suicídio),Matos Serra, Diniz de Almeida, Otelo, Lameirinhas, Custódio Pereira, Duran Clemente, Ferreira de Sousa, a Quinita, a Lay, a Dona Helena,  Isabel Pestana, Zeca Afonso, o Abílio Fernandes, o Pias do Escoural, o  Inocêncio de Vendas Novas, dezenas de pessoas anónimas, e nenhum partido, nenhuma organização defensora da liberdade, da justiça e muitos menos de Deus ou  do Diabo - Covardes e traidores, desde sempre, como sempre: mercenários, eunucos, escravos  e merdosos!
Poucos, muito poucos, são os grandes Homens e Mulheres deste Portugal cangado.
Todavia, nestas noites escuras a minha mãe, na companhia de um grande camarada, o Matos Serra, sulca o rio Tejo a caminho da prisão da Trafaria, para me visitar na prisão-crime, símbolo do início agoirento   deste regime, que os cúmplices e os indiferentes, hoje choram, como também sempre aconteceu ao longo de milhares e milhares de anos, e, desgraçadamente,  é presente, e se projecta para o Futuro, até quando?

andrade da silva


PS:
No meu caso pessoal tenho ainda a referir o grande apoio dos meus advogados dr. Xencora Camotim e dr. Goucha Soares, que me defenderam graciosamente,e com grande empenho.




2 comentários:

andrade da silva disse...

Os inimigos da liberdade,do amor e do povo são muitos,muitos bem para além de neo-liberais,fascistas e do governo.
Mas a solução está no meio do POVO,quando descobrir que precisa de novas lideranças e uma revolução no interior dos partidos e da ABSOLUTA ATENÇÃO DAS FORÇAS ARMADAS.

Marília Gonçalves disse...
Este comentário foi removido pelo autor.