( Nesta foto era aluno do 5º ano do liceu, e lá
tinha de responder a uma pergunta complicada do meu pai, quantas notas acima de
15 valores, mas sempre tive algumas….)
HISTÓRIAS DOS MEUS 17 ANOS E OUTRAS.
... às minhas e meus colegas do Liceu Jaime Moniz que heroicamente se bateram com as/os "profes" que aqui refiro, recordo-os com alguma saudade, esqueci-me da professora de desenho a FIFI- my god !...
1- O meu exame de ciências naturais no sétimo ano do liceu
Amigas e amigos usei neste exame de toda a minha psicologia, que se deixe passar a vaidade, mas o professor mais duro, mais temido em 100 anos do liceu o DR. Camacho chamava-me de INTELECTUAL.
A matéria recaiu logo de entrada sobre as leis de Mendel, não fui desonesto, mas agarrei-me a todos os monges e santos, disse o que estava no book, sobre produtos híbridos, conventos e as anjas.
Mas o click foi tornar aquela oral que mais parecia um funeral, numa conversa agradável, o que, o professor reconheceu, e foi um acto de muita coragem - tinha de vencer- e também de inteligência, depois de dois bons alunos se terem afundado, sou o 3º a ser chamado, e vou pior que estragado, e a coisa começou mal, ser interrogado sobre a última matéria do compêndio, foi mesmo um galo, inesperado.
Mas isto da psicologia e da filosofia tem que se diga, na minha vida, como a estrela- sinal e não corte que tenho no dedo polegar da mão direita, pelo menos não dá para ser ladrão, logo isso me disseram no registo, quando fui tirar o meu 1ºBI, mas voltando ao liceu tirei 19 valores a filosofia com o Dr, Brás no exame e com o dr. Aragão no 1º teste, e fiquei muito aborrecido por ele não me ter dado 20, ainda acho que merecia o 20, faltou-lhe coragem.
Já dei um 20, como professor, a uma aluna, de um curso de oficiais, depois de ter dado muitas voltas, mas dei 20 valores, e venci a maldição de séculos, fora das matemáticas, ou seja, a de quase impossibilidade de dar 20 valores a um aluno.
Os madeirenses do meu tempo conhecem todos estes professores dr. Camacho, dr. Nobrega ( o porquinho em pé uma potência em memória) o reitor do anexo ao liceu; o Dr. Canedo; o reitor o Dr. Ângelo; a Foca, professora de Francês; o dr. César Figueira César, com a sua cabeça ao lado e, logo o guiné, porque um navio de nome guiné tinha a chaminé ao lado, este professor mandava reverter para inglês frases deste recorte: da janela do meu quarto vejo as vacas da vizinha a pastarem no telhado ” –dizia que era para dar ênfase, mas nós pensávamos que ele era louco, louco ou não, dizia, e, talvez, mesmo por ser louco, o dissesse: que o mais importante era ser bem comportado, e foi o meu bom comportamento que me assegurou os 10val,9 v,10 v, ou seja, os 29, para me safar; o mesmo cenário em Francês, com o Dr .Carlos Lélis, o vaidoso; e neste leque de dignitários lá estará o todo poderoso sr. Freitas e um outro que não me recordo, e para quem ia acampamentos o bom homem dos serviços de limpeza, o Sr. Jordão, que fazia as melhores saladas de tomate e alface que já comi, ele tinha a mão certa para o vinagre e mão leve para o vinho, e lá ficava tocado sem nunca provocar escândalo, sequer dizer m_rda –um Santo, julgo eu de que…
E também nestes dignitários e gente significativa estava o chefe da Secretaria, ou algo assim, o Dr. Basto Machado, que também era director regional do turismo da Madeira e Delegado Regional da Mocidade Portuguesa, ( esclareça-se que na Madeira o 1ºMinistro nunca foi Salazar ou Caetano, eram gente muito, muito, distante, como nestes tempos nunca foi Cavaco, Sócrates ou Pedro Passos Coelho, mas sempre o Governador lá da terra, pós 25 de Abril, o D. Alberto João) e, assim, muitas vezes me dirigi ao dr. Bastos Machado, a pedido dos meus colegas, para a Delegação de Turismo patrocinar vários eventos, e este grande e bondoso homem nunca recusou um patrocínio, entre outros: uma exposição de pintura organizada pelos meus colegas Luís de Azevedo, Jacinto, Catanho Fernandes, etc. ; Corridas de ciclismo Funchal- Câmara de Lobos- Funchal; acampamentos pela Bica da Cana , Camacha, Santo da Serra, onde, conheci as, então, já velhotas que vendiam sidra, e que ainda estavam vivas há poucos anos e com o mesmo negócio; as recepções ao Reitor do Estudos Gerais de Moçambique Prof. Veiga Simão, em que eu era o orador nomeado; uma página de publicação regular no diário de Noticias do Funchal, onde, conheci o jornalista Sílvio e o Paquete de Oliveira, que depois veio a ser professor Universitário no ISCTE, no tempo em que fui lá aluno da licenciatura de sociologia, e mais tarde provedor do telespectador da RTP1 ( o penúltimo) etc. etc. coisas, e nestas coisas também com o patrocínio da Delegação de turismo da Madeira fazíamos o mais belo Presépio do Mundo. Nos intervalos da montagem lá fomos apanhar umas laranjas, e fomos apanhados pelo vigilante que nos denunciou, mas o Natal nos perdoou, na incarnação do anjo S. Gabriel na pessoa do Dr. Canedo.
E, quando falo destes presépios lá me recordo das idas á serra para buscar musgo, nos jeep Wills que tinham de usar a tracção às quatro rodas para subirem a Rochinha ( e dos horários, as camionetas, do Negos que faziam aquela carreira ), mas hoje qualquer carripana faz aquela subida com 3 rodas , como se dizia, às costas, como tudo isto evoluiu!...
Ainda por ser Natal recordo o de 71, em Lumbala Velha, Angola, em que o comer nos faltava ,mas nunca a amizade. Tivemos, por estes dias, de ir à caça para não comermos arroz, com arroz… a vida…
Enfim coisas… só coisas…nadas…
andrade da silva
2 comentários:
isso é que são Recordações, Companheiro;abraço
Marília Gonçalves
abraço.obrigado
asilva
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