Simplesmente em
Portugal há uma democracia, meramente formal, com eleições essencialmente limpas/livres, e mantem-se, de um modo essencial, a liberdade
de expressão, quanto ao resto todas as decisões da governação não respeitam
nada, nem a Constituição, nem os direitos e garantias dos cidadãos, nomeadamente
dos servidores de estado que são tratados, como cidadãos com direitos
constitucionais, profissionais, fiscais
e económicos suspensos ou mesmo eliminados.
Neste ambiente de semidemocracia
residual o governo, sem legitimidade para isso, vende a retalho bens públicos estratégicos
com uma natureza intrínseca e permanente associados à efetividade da soberania de
um país, como: um ou mais órgãos públicos de comunicação; a energia; a água –bem estratégico fundamental;
o território com as respectivas águas territoriais; uma companhia aérea de
bandeira nacional e um banco público com politicas de investimentos menos
hostis que a dos bancos privados, o que, em Portugal não tem sido a prática,
etc..
Nesta semidemocracia residual,
o governo não assume perante o país a
responsabilidade por ter seguido de um modo acrítico as politicas impostas pela
troika que falharam, e que tinham de falhar, como alguns o disseram, porque a economia real é o indicador do sucesso de
uma politica, mas e ,paradoxalmente, também poucos responsabilizem este governo e a troika pelo verdadeiro
desastre nacional a que nos estão a conduzir, desde logo, o Sr. Presidente da
República que não tem exercido em plenitude as suas funções, ou, então está
de acordo com a política do governo, muito embora, por vezes, no discurso
pareça dizer que não.
Também faz parte da
acção táctica desta semidemocracia dizer, desrespeitando a inteligência média
dos portugueses, que o choque do reajustamento tinha de ser boçal e brutal,
como está a ser, para evitar, segundo Miguel Beleza a fadiga, afirmação que
faz sem ter nenhuma evidencia empírica
sobre estas experiências inaugurais da troika, e, assim, sem qualquer evidencia
empírica de que as coisas tinham de ser, como estão a ser, uma maioria de
economistas admitem que o ajustamento poderia ser mais suave, com um período relativamente mais longo, e, sobretudo,
com juros muito menos especulativos.
Naturalmente, que com o adequado equilíbrio entre os termos
desta equação, sobraria capitais de vital importância para serem aplicados em
sectores produtivos da economia, para evitar
a morte da economia real, como um vasto
número de economistas tem demonstrado.
Todavia, porque o PSD e
o CDS, entendem que este regime não tem de respeitar, nem eleitores, nem leis,
e pode fazer o que entende, na suposta convicção
que a maioria dos portugueses não merecem respeito nenhum, e que alienados pela
propaganda e a incultura; o medo da ditadura
comunista ou da bancarrota, limitam-se a aceitar as verdades do governo e a sua
actuação, como o único caminho para a salvação de Portugal.
O governo e o sr,
Presidente da Republica poderão acreditar na perenidade desta semidemocracia
residual, até porque poderão também fazer parte, ou serem supostos por outros que
fazem parte de um desejo de um certa direita extremista que entende que, apesar
de todos os defeitos, o melhor regime é uma ditadura conservadora, com uma
aliança estreita ao Vaticano e ao capital financeiro, solução que lá vai fazendo o seu caminho, perante um
PS que ainda não entendeu que neste Futuro tem tanto lugar, como outros
democratas ou os comunistas, isto é – NÃO TEM LUGAR NENHUM.
Todavia, se o PSD e o CDS
se enganaram quanto ao futuro económico de Portugal, presente de desastre
de hoje, podem , e oxalá que se
enganam quanto ao futuro político deste
nosso Portugal.
andrade da silva
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