sexta-feira, 24 de agosto de 2012

A DEPRESSÃO NA RECEITA FISCAL – O VERÃO, OS FALCÕES CÍNICOS E AS POMBAS.







A   Cidadania e  a co-fundação de Abril a tanto, quanto a contragosto, me obrigam  a usar a liberdade de expressão, para referir o meu pensamento diverso do  de outros, mas tão legítimo, como todos os demais.

Abril não é exclusivamente dos que o fizeram, mas muito menos é propriedade ideológica, histórica ou sacrificial dos que longe estavam do epicentro, ou, pior, só o encontraram depois de ter nascido vitoriosamente,  tendo como parteiro o MOVIMENTO DAS FORÇAS ARMADAS – MFA.


Queria falar dos mostrengos que  se tornaram estadistas na Europa, todavia a publicitação da Depressão na receita fiscal, leva- me a abordar esta questão.

Assim,  narra, o publicitado:  a despesa com pessoal ao serviço da Nação diminuiu, e vai diminuir mais com o confisco dos 13º e 14ºmeses, dos servidores de estado ; outras despesas também diminuírem, todavia será preciso analisar  o valor ou desvalor dessa contenção, perante os resultados na saúde, na escola, por técnicos independentes e talvez  mesmo internacionais  ( é preciso diagnosticar  os eventuais resultados nefastos,  como mais mortes, mais sofrimento, no SNS, ou  maior incompetência académica à saída do enino oficial.  Todavia isto  levará anos a avaliar);  a receita do IRS aumentou; o governo Português paga cada vez mais aos especuladores internacionais, pelo que  para os falcões e cínicos e o governo tudo está bem, naturalmente para a troika também estará, porque este governo aperta o garrote a quem trabalha, logo tudo vai bem.

Devia-se acrescentar que o aumento da receita do IRS terá também a ver com os novos impostos sobre os servidores do Estado e os pensionista, em que alguns contribuintes ainda tiveram de pagar, para além da sobretaxa pela  supressão de parte do 14ªmês, mais umas centenas de euros, aquando o reembolso/repagamento de IRS. Para muitos em cujo grupo me incluo foi pagar mais imposto- uma sobretaxa de resultado (?) ( não sei o que seja. Telefonei para as finança, levei o rótulo de ignorante e fiquei sem saber o que seja esta maldita sobretaxa. Lá me vou deslocar ao serviços)

Porque estamos no verão , em Agosto,  os porta-vozes dos partidos limitaram-se a repetir  discos riscados e,  sobretudo, o PS que, em vez de mudar de atitude, e reconhecer que o que está em causa é a globalidade desta politica, a do governo, a da troika,  e da Europa, limita-se a pedir ao  governo, para  que se explique, quando o governo nada poderá explicar, porque como diz Miguel Beleza tudo o que se está a fazer é meramente experimental – Portugal é o laboratório, nós, os portugueses, as cobaias.

Estamos no verão, e todos  limitaram-se a debitar o mais evidente: uns o desemprego, a falta de investimento público; o PS nada sabe, nada tem a ver com isto; o PSD está tudo como era esperado, para  Miguel  Beleza o estado Português fez o que devia, para ele talvez seja de admitir um défice superior ao previsto, e  louva o governo que pela primeira vez, desde o estado novo, conseguiu diminuir a despesa com o pessoal, o que é verdade,  e  com igual verdade, como no Estado Novo  conseguiu-o com medidas ilegais e inconstitucionais de Confisco.  Mas louvo-me  na grande descoberta e pertinência politica e cientifica de Miguel Beleza , porque, como no Estado Novo,  o acto que se louva  foi praticar a ilegalidade, desrespeitar a Contituição contra  os servidores do Estado e pensionistas, para se cumprirem as metas de sufoco e morte dos países periféricos.

Para este mui ilustre economista só é extraordinário o nível de desemprego, perante o que  se limita a dizer, que não era previsível, mas que está  aí, logo…, ponto, e, agora?  Nada diz, nenhuma ideia.

 Fala ainda  que estes programas de ajustamento devem ser curtos em tempo para evitarem a fadiga, todavia não diz uma palavra sobre as taxas de juro especulativas que deviam ser denunciadas, e negociados outros juros, nada sobre a injustiça fiscal, nada sobre a corrupção; nada sobre o modelo global para que estamos a caminhar, isto é, tudo isto é casuístico, é navegação à vista.

Mas como se pode pedir tanto, a tantos portugueses, a  6.666.666, sem uma visão de Futuro, sem nenhuma garantia, nem  sequer  a de um comportamento moral, politico e governativo ,  exemplares, o que, sucessivos acontecimentos  revelam não ser a marca de água deste governo, como do seus antecessores.

Em Portugal, como na África do Sul, temos um Constituição Magnânima, mas como o Bispo DesmondoTutu  diz, na  África do Sul, ou o Bispo Januário Torgal  diz em Portugal   -  nos corredores do poder ( lá, como cá ),não estão os melhores líderes e concidadãos para realizarem tais desígnios. Desgraçadamente é assim.

Para Portugal o imperativo Nacional é que  o PS faça o que nunca fez, ou seja:  quebre a  aliança que mantem desde 1976 com o grande capital, e lute por uma sociedade economicamente eficaz, justa que promova a DEMOCRACIA, A LIBERDADE, A DIGNIDADE HUMANA, O DESENVOLVIMENTO SUSTENTADO  E UM ESTADO DE DIREITO AO SERVIÇO DO POVO.

 Mas se no PS, por desgraça, desgraçada,  não for possível fazer esta  revolução que, então, nasça destes escombros os cidadãos capazes de mudarem o país, dando uma dimensão politica, num estado Democrático com Democracia,  às justas propostas e anseios dos portugueses e trabalhadores que lutam nas ruas, através da mobilização sindical e de alguns partidos, nomeadamente do PCP e  do BE.

Estas novas  lutas politicas, pela sua essencialidade, nunca deveriam ser ignoradas pelos governos, mas por uma questão  maior, de matriz , sobretudo, da Construção de um futuro que não seja um regresso ao passado, o  PS não pode refugiar-se nos discursos ambíguos, no palavreado, mas SIM,  TEM DE APRESENTAR UM NOVO PROJECTO DE SOCIEDADE, que bem poderia ser um salto para cumprimento da Constituição DA REPÚBLICA.

Todavia, parafraseando    o escritor israelita David Gossman, que quanto a Israel,  diz que há um congelamento do pensamento politico; em pró politica sionista, ou no seu inverso.Também aqui, em Portugal, 5 milhões de concidadãos têm a sua posição politica-ideológica congelada em torno dos partidos parlamentares e  os outros 5 milhões  nada querem ter a ver com o seu futuro e do seu país, logo, aqui estamos e  por quantas décadas, aqui ,  ainda vamos continuar, ou para onde caminhamos?

PORTUGAL!....

andrade da silva

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