domingo, 17 de junho de 2012

PORTUGAL NO DIA ANTES DE UM EVENTUAL VENDAVAL GREGO-EUROPEU





Percebe-se porque os poderes Europeus e outros partidos e militantes queiram atirar para debaixo do tapete o que se está a passar na Grécia, mas está a acontecer.

 Em Portugal só o Bloco de Esquerda levanta espadas e o copo de champanhe em nome do Syriza que quer fique em 1º ou  2ºlugar é o grande vitorioso destas eleições na Grécia e na Europa,  mas para quê ? Logo se verá!....

Mas como estamos, hoje, em Portugal?

 Comecemos por essa longínqua história, tão mal contada,  do 25 de Abril 74, para lembrar aos que pedem novo 25 de Abril que a situação de hoje, já nada tem a ver com aqueles tempos, e é preciso saber Historicamente o que se passou. A mistificação em prol de outros  que distorça a realidade é um erro ( crime ) contra Portugal e os Portugueses.

O 25 de Abril vingou, porque quase todo o Exercito estava contra o regime, e  sobretudo a guerra de Africa,  e as Forças Armadas também, garantido a sua neutralidade activa.  A GNR e a PSP estavam desmotivadas, e a PIDE sabia que contra o Exército pouco podia. A adesão dos oficiais era massiva na metrópole e em África, logo, de um ou de outro modo, inevitavelmente, o regime ia cair, qualquer serviço de informações não poderia chegar a outra conclusão, e no caso da PIDE o conhecimento dos generais  que emergiriam,  no pós golpe, sobretudo o General Spínola  deve de os ter  confortado, e com razão, como depois se veio ver.

 O 25 de Abril  de 74, o histórico, até à s 12- 13 horas do dia 25 de Abril foi uma acção exclusivamente militar. Depois o Povo tomou conta da coisa e foi a Revolução. Uma parte do povo foi iniciada nessa acção, diretamente   sobretudo pelo PCP e outros antifascistas que contagiaram o POVO à espera de uma mudança em Portugal.   

 Então a realidade era muito simples  e clara:  as Forças Armadas eram a Instituição Nacional suprapartidária que merecia uma aceitação e credibilidade que mais nenhuma instituição detinha, e estavam a lutar pela democracia, logo o fruto foi a Liberdade.

Hoje a realidade nada tem a ver com isto. A realidade  hoje é a de e uma democracia  podre, legal, legitimada pelo voto popular e governada há muitos anos por governos que não cumprem os programas votados, nem a constituição e governam desde o poder central ao local com violação grave dos bens públicos, e politicamente há  um bloco politico subordinado ao estrangeiro PSD, CDS e PS e a UGT (75%, a 80% dos 50% que votam)   bastante homogéneo no essencial a favor do actual capitalismo cientifico e de casino, e do outro lado o PCP, a Inter- Sindical e Bloco de Esquerda ( 15% a 20% dos votantes) com a característica  de  pouco homogéneo. Em termos de partidos ,o PCP e o BE não se entendem, e agora, talvez  menos com os novos acontecimentos da Grécia.

Todavia na actual situação    todos sabem  que o PCP detém um poder ao nível dos sindicatos, organismos culturais e no poder local  muito para além da sua expressão eleitoral, face à militância dos seus membros, e tudo isto com  um PS que não se liberta da direita ,e também não surge uma nova força da esquerda socialista, torna a situação em Portugal  politicamente dramática, podendo ou não, o caso Grego mexer com a estagnação.

Todavia,  talvez nada aconteça  quer porque o medo deve ter condicionado o voto dos gregos, quer porque o Syriza pode desiludir. Sendo preciso derrotar as politicas alemães, a Grécia tem de  ao mesmo tempo erguer um estado decente e moderno,  o que,  nem tem, e  lutar pela liberdade e a democracia tem de assentar na verdade, na responsabilidade  e na própria LIBERDADE.

Em conclusão sem a libertação do PS  da canga da corrupção e das politicas liberais, o que já não parece possível, ou  a libertação do povo Português da alienação,  através de um grande movimento de cidadania pela Democracia, a Dignidade e o Desenvolvimento, o que poderia e deveria acontecer nas próximas eleições Presidenciais (único momento em que nesta democracia residual o cidadãos têm voz e ainda  podem ter melhor e maior, como apesar do fracasso na escolha da personagem demonstrou a candidatura de Fenando Nobre).

Contudo  se este momento não for aproveitado, só mesmo um grande desastre vai mudar algo, que pode ser o regresso a um regime ditatorial, quiçá de extrema-direita, por via não eleitoral.

A via eleitoral com  a má lei eleitoral,  pachorrentamente,  criou o rotativismo PS –PSD  – o mais do mesmo, o impasse,  embora outros, agora,  com a Grécia com pano de fundo pensem outros horizontes, a que chamam utopia, mas utopia para quem?

Creio que a utopia é fazer uma destruição construtiva  -o 25 de Abril necessário no interior dos partidos para os libertar do aparelhismo, abri-los à sociedade para ouvirem a sociedade e não só querem doutriná-la  –  de modo a criar- se um novo grupo de liderança democrático, patriótico,  universalista, humanista e não corrompido por praticas ditatoriais e jogo de interesses, corrupção, espionagem e perseguição. Acontecerá?...

DO DESERTO ECOA O SILÊNCIO, DO MEDO E DA SEGURANÇA DA PODRIDÃO. O PÂNTANO É UM RISCO MENOR QUE A LIBERDADE.NO PÃNTANO MORRE-SE LENTAMENTE A LIVBERDAE PELA LIBERDADE PODE MORRER-SE POR ANTECIPAÇÃO.

andrade da silva

3 comentários:

Marília Gonçalves disse...

Louvo a sua imensa Coragem Capitão!

Marília

andrade da silva disse...

Marilia
Abraço.

Mas a reflexão necessária colectiva,livre é um imperativo ético,moral,humano à dimensão nacional,europeia,mundial,porque se estão a morrer as economias e pessoas também na terra as possibilidades de vida morrem a cada instante.

Falo por Portugal e os portugueses contra a sua destruição, enquanto pessoas e, ou enquanto povo.

abraço
ailva

Marília Gonçalves disse...

2 PENA A MAIORIA DOS PORTUGUESES NÃO QUEREREM PERCEBER
abraço
Marília