segunda-feira, 28 de maio de 2012

OS FALCÕES DE MUCABA ALMOÇAM EM LISBOA.




Estes  falcões, num número de cerca de 150, almoçavam, em 1972, em  Mucaba/ Angola. Durante um  mês fui o seu comandante, era tão jovem, como eles, como hoje, sou tão entradote nos anos, como eles.

Alguns já não vieram connosco, partiram para todo o sempre, mas estão sempre entre nós.

Outros estão adoentados e envelheceram mais um pouco que a média. Força rapazes, o amor  e a amizade ajudam muito.

Outros estão porreiros  para as curvas,  e alguns são muito, muito generosos, para eles um coronel deveria estar a ganhar um balúrdio de massa,  mas nem a metade chega dos valores que falam.

Também  algumas Marias da Fonte pós modernas devem pensar que ganhamos  uma muito boa maquia, quando acham que não devo reclamar o confisco do 13ª mês, porque há pessoas a ganharem 500€ mês, o que é incrível, mas o confisco  que nos fazem, não vai para beneficio dos pobres, mas sim, para cobrir os lucros dos alemães, apesar das roubalheiras do BPN e outros.

É notável ver como esta gente ,que se diz revolucionaria, tem na cabeça a mesma canga que a Presidente do FMI que não se preocupa nada com as crianças da Grécia, enquanto as do Níger estiverem pior, ou seja, esta gente não se preocupa com ninguém, gostam é do ruído.

Muitos olham- me,  e dizem que mantenho o mesmo estilo, estilo que os desassossegou, pois durante o meu comando  alterei regras de conduta, o que, desassossega bastante. Também ao 23 anos, o que seria de esperar?


 Todavia  o capitão, o comandante de facto da companhia, no regresso também me censurou, mas em boa verdade, por onde passei mexi nas coisas, ficaram diferentes.

Mas é porreiro, há sempre uns que dizem que me fitaram, foram melhores que eu no jogo,  porreiro, mas outros  dizem que se tivesse agido com o rigor dos regulamentos a vida deles teria sido outra, longe da sua vocação.

Disto tudo, fica o mais importante, a amizade, e da minha parte a honra e orgulho por os ter comandado, ter procurado salvar- lhes a pele, o que, não consegui de todo, morreu numa das  acções militares  em que  participei, um 1º cabo de transmissões que muito estimava, era um soldado português, um filho genuíno deste Portugal, e muita memória de outras tantas coisas que vão ficando comigo, para todo o sempre… coisas…

Para o ano vamos a Entre-os – Rios, lembraremos também a tragédia que ali vitimou tanta gente, pelo que se demitiu um ministro, que pesaroso, muito pesaroso,  emigrou para o seu el- dourado - chairman de uma grande empresa, isto é, passou do purgatório para o céu  mais céu que há na terra - ganhar milhões e ser feliz, claro.

andrade da silva

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