terça-feira, 6 de março de 2012

TROIKA, ALEMANHA E GOVERNO PORTUGUÊS UM FRACASSO QUASE COMPLETO.

                   (cartoon blogue página global)




-“ E se com isto,  enfim, vos não moverdes/  do penetrante medo que tomastes /atai as mãos ao vosso vão receio /pois eu (Camões)  só, resistirei ao jugo alheio!…..( CAMÕES)


Há  menos de um ano, em Junho de 2011,  o Fundo Monetário Internacional , previa que, se tudo corresse bem, o quadro macroeconómico em Portugal seria o seguinte:
Evolução do PIB    2012   -1,8;        2013      + 1,2;      2014         + 2,5%
Desemprego                    13,4%                     13,3%                          12%

Divida pública               112,2%                  115,3%                           115%
Défice                                4.5 %                              3%                            2.3%

Sendo estas as previsões do FMI, se tudo tivesse corrido bem, neste momento, deveríamos estar com uma diminuição  no crescimento muita mais suave do que aquela que agora se prevê,  de perto dos 3,2% ou mais, e o  mesmo se passa com o desemprego, na ordem do 14%.

Quanto à dívida pública, as coisas devem estar bem pior do que se previu naquela  altura, por causa dos juros. Em 2011 antevia-se que em 2018 o serviço da dívida pública seria de 2,4 % do PIB, ou sejam,  9,8 mil milhões de euros  ( jornal I de 9 Junho 2011), isto é, uma grande fatia do PIB, ou, dito de outro modo, apesar de toda a austeridade teremos de continuar a pagar muitos impostos para saldarmos  os juros do dinheiro que nos estão a emprestar,  com juros inaceitáveis e imorais, que fazem com que a nossa divida pública vá aumentando, para uma situação pior que antes do apoio,  de 93% , em 2010. Resumindo para além o controlo do défice todos os apertos, porque estamos a passar para pouco servem.

Na sua entrevista à revista Visão o Ministro das Finanças diz que o plano com a troika previa o controlo das contas públicas, e o lançamento de programas e reformas estruturais para a competitividade e  o crescimento da economia portuguesa, ora neste campo a politica do governo tem sido de completa inacção,  no que é acompanhado pela completa capitulação do partido socialista.

Para além de estar a falhar  no crescimento económico, onde, seria muito importante fazer alguma coisa,  porque se é fundamental termos as contas certas, as gorduras por más gestões a emagrecerem, os transportes públicos controlados, etc, é preciso haver emprego, para haver mercado e economia ,e no fundo haver um país Portugal e uma população - os portugueses. Sem Portugal, para que servirão estas politicas?

 O governo  precisa  também de comunicar melhor, mas, porque não o faz,   permite que, por exemplo, num corte de 4 ou 5 carreiras  de transportes em 70, se possa dizer que o transporte público foi posto em causa,  quando seria  tão simples de esclarecer este assunto, bastava apresentarem o número de pessoas transportadas nessas carreiras. Conheço algumas que  são muito deficitárias, e justificariam, por exemplo,  no Metropolitano menor números de carruagens, aumento do intervalo de tempo entre  comboios e diminuição de velocidade, a partir de dada hora, as 21h 30. Percebem-se estas medidas, embora possam não ser agradáveis,  mas economicamente fazem sentido.

 Ao nível das tão apregoadas virtudes da Governação que a Troika aplaude tudo é muito simples, como a dita troika só está interessada que Portugal pague aos devedores, e,  como Portugal - através da destruição da economia portuguesa,  do sufoco dos portugueses com 800 mil desempregados , com a inaceitável contenção das despesas necessárias à manutenção da saúde e da vida dos portugueses, que também contribuem para esse pseudo êxito da governação, com um pagamento colossal  de impostos e redução do vencimentos - consegue  pagar esses juros,  falam  deste pseudo êxito  do governo. Êxito que    só se deve ao conjunto de medidas de austeridade, as mais fáceis de implementar - é só decretar, e até o povo se revoltar, a banda segue.

É evidente que se este governo quiser, para cumprir as ordens alemães, impor mais austeridade aos portugueses, sem questionar a responsabilidade dos credores  por este  estado de coisas, vai ficar cada vez mais isolado de todos , mas também   do Presidente da República, e mesmo de alguns ministros e deputados da coligação, isto é, num ambiente tão instável e hostil, um governo sem força, sem rumo que não seja subordinar-se à ordem dos alemães, vai mais tarde ou mais cedo cair aos bocados, seja por causa do Ministro da Defesa, das tricas entre ministro da economia e o das finanças, ou entre  este e aquele, porque no fundo o acelerador do declínio deste governo será o seu insucesso ao nível da economia e da justiça social. Sem um sucesso   visível no crescimento económico,  a curto, ou, na pior das hipóteses, a médio prazo, este governo está absolutamente condenado.

Todavia, perante a eventual queda deste governo, qual a real situação de governação do país?

 Parece-me que a única saída será a de UM GOVERNO  DE EMERGÊNCIA NACIONAL EXTRA- PARTIDÁRIO, COM UM FORTE ALICERCE NO PRESIDENTE DA REPÚBLICA E COM UM AMPLO   E CLARO APOIO  ASSENTE NUM  COMPROMISSO PARLAMENTAR, TAMBÉM ELE MUITO MOTIVADO PELO PRESIDENTE DA REPÚBLICA ( falo da Instituição PR) .

Obviamente,  que se o PS estivesse preparado para o exercício da  governação outras poderiam ser a alternativas, mas o PS, quer porque neste período de nojo nada fez de significativo, quer,  porque a sua herança está viva e nem se percebe o que pretende, está longe de ser uma alternativa.

Perante um país bloqueado, a manutenção deste governo  pode ser assaz perigosa, naturalmente,que no caso de uma completa desagregação da situação politica, para além o recurso a eleições, que não creio que venham  resolver a questão, se não emergir um governo de Emergência Nacional, no terreno há sempre um conjunto de forças  organizadas e disponíveis para ensaiarem outras alternativas, a saber: o governo, se conquistar (?) o Presidente da Republica para o seu programa e mantiver a coligação (?),  pode tentar manter estas politicas até ao limite com recurso as forças de segurança (?); há também o PCP e os sindicatos; eventualmente forças de direita  relativamente secretas;  expectavelmente movimentos inorgânicos de revoltosos;  a Igreja Católica que, em caso de grave conflitualidade, apoiará sempre os governos ou forças  da sua predilecção, sobretudo PSD,CDS, mas aceita o PS; a solução de Luís Amado um Governo de Convergência entre PSD,CDS E PS, o que, face  ao desnorte do PS e à sua fraqueza pode parecer aos militantes do PS uma boa solução, mas que só vai adiar a crise Nacional, porque o PS, actualmente não apresenta nenhuma capacidade para intervir com eficácia, limita-se a um a retórica pouco entendível; finalmente para além destes grupos de forças organizadas e das inorgânicas, existem as Forças Armadas que são do POVO ( 10 milhões de Portugueses e toda a Diáspora que são um largo número de milhões )  e de Portugal, estatuto que devem manter, para darem  sempre o seu contributo à defesa da Democracia, património do Povo que as Forças Armadas reconquistaram em 25  de Abril 74.


Seja como for, se os resultados ficam aquém das previsões é porque algo está a funcionar mal, e  está a ser calado. porque se trata o Futuro, sobretudo dos mais jovens, é preciso pedir responsabilidades e tirar consequências, obviamente.

O Futuro não é objecto de adivinhação, como tão bem dizia Gil Vicente, mas é objecto de previsão, para produzir provisão,  no exacto sentido que Luís Vaz de Camões declara no canto IV  -“ E se com isto  enfim vos não moverdes/  do penetrante medo que tomastes /atai as mãos ao vosso vão receio /pois eu (Camões)  só, resistirei ao jugo alheio!…..

andrade da silva

PS: Qualquer critica que ao Ministro das Finanças, da  Economia, ou outro  que tenha como motivo elicitador o serem designados impropriamente, como estrangeirados,  é simplesmente indecorosa. Através das TV já o vi fazer a deputados de partidos de esquerda e hoje na SIC a um militante destacado do PSD, no programa de Victor Crespo.

Parece que afectação de verbas para o desenvolvimento do país tem de obedecer a uma estratégia Nacional, que seria bom que  por todos fosse definida, e não pela luminosidade de um ou outro Ministro, por mais insignes que sejam.




Sem comentários: