Hoje, queria escrever sobre a robotização do cinismo do Ministro das
Finanças e de outros agentes económicos, mas para quebrar esta onda de
maldições, tinha resolvido falar sobre o Homem do Rossio, um português castiço,
mas depois recebi um e-mail sobre quão verde éramos naqueles tempos de 50/60/70
que resolvi redireccionar as agulhas.
A ficção passa-se numa caixa de um super-mercado em que uma velhota não
leva um saco, para trazer as compras, o que, lhe valeu uma chamada de atenção
do caixeiro, que lhe diz: pois
porque vocês não trataram do ambiente é que estamos,
como estamos.
A velhota, dando toda a razão ao jovem, lembrou-lhe que quando ela era jovem, naqueles tempos, subia as escadas dos
prédios a pé, não havia
elevadores; só se tinha um rádio e uma TV e não várias; andávamos em transportes públicos
ou a pé; devolvíamos as garrafas às mercearias para serem reutilizadas;
bebíamos água das torneiras ou dos fontenários públicos e não de garrafas e
copos de plástico; lava-se a roupa à mão nos poços; não
tínhamos máquinas e mais máquinas eléctricas de cozinha para isto e para aquilo,
etc. etc. .
Enfim , a vida era dura pela força das circunstâncias, e, assim,
se não havia a actual onda de verde, havia um oceano de verde,
porque não tínhamos mais que a mer..
que expelíamos, pelo dito cujo, para poluir o ambiente, através de
fossas, meros buracos no terreno, como acontecia em tanta casa mesmo nas
redondezas do Funchal. Mas como a mer.. é biológica, servia de
estrume biológico às bananeiras e a outros produtos
agrícolas, então, todos biológicos e vendidos ao
preço normal e não como agora com um preço especial.
De facto éramos muito diferentes, e daí que esses cinquentões e
por aí fora, que não forem
burros, devem ter tido alguma contenção nas despesas, e não devem ter contribuído muito para
o défice da balança de pagamentos.
Da minha parte não contribui decisivamente para isso, não tenho nada a
multiplicar, nem actualizo o que me presta um serviço de qualidade regular,
como a minha TV de 1998, e o meu TM das primeiras gerações etc. etc. .
Tenho um apartamento T2, e, na minha opinião, também deve ser dito aos jovens que adquirir
uma casa, pagando-a até aos 65 anos é um bom investimento, para a velhice, e que o devem fazer, logo que
lhes seja possível, se isso vier a acontecer ,o que, para os jovens entre
os 20 e 30 será quase um milagre; e se ainda a esperança de vida não
baixar dos 75 anos para homens e 80 para as mulheres, e a idade de reforma não for além dos 65/67
anos, porque se as pessoas tiverem de trabalhar até morrer, então, não sei o
que valerá mesmo a pena,
Aproveitando esta pequena história, é bom lembrar aos esquecidos o que foram
aqueles tempos, e dizer aos jovens que não foram os comportamentos de antanho
que poluíram os mares, as terras, os rios e os céus, mas sim
o consumismo actual que a mim muito me incomoda, e até me põe à beira de um
ataque de nervos depois do dia 1 de Dezembro de cada ano, por causa da ganância e da loucura de comprar todas as
tretas do mundo.
Por causa destes comportamentos desregrados nunca fui muito adepto do
subsídio de natal, que nunca deveria ultrapassar os 1000/ 1500€, revertendo o
sobrante para aumentar os subsídios mínimos.
Mas o melhor era mesmo haver
salários decentes, de nível europeu, ao longo de todo o ano e durante toda a
vida, para o que é necessário pôr o país a produzir e dar emprego aos
desempregados na agricultura e industria.
Reconheço que as pescas são
muito importantes, mas face ao risco dessa profissão, depois de resolvidos ou
atenuados os problemas de segurança, ser pescador, não é só
uma profissão, é, sobretudo, uma vocação, e, esta, é um chamamento individual
Andrade da silva.
PS: Obviamente que a discriminação negativa dos funcionários públicos no
pagamento de impostos é imoral e inconstitucional, porque está a provocar
desigualdade entre os cidadãos,
o que, contraria o art 9, alínea d da Constituição.
É ainda imoral, e
mais grave, no caso do pensionistas da caixa geral de aposentações e do regime
geral, que descontaram ao longo da sua vida, o que, o estado calculou e exigiu
para terem uma dada pensão. É um contrato que não pode ser violado, sobretudo no limite dos 2000 a 2500€, para manter o
estatuto da classe média-média, ou mesmo média-baixa. Esgrimir contra estes
valores é mesmo baixeza, intelectual e
moral, quando não se questionam as centenas de milhares de euros e mesmo
milhões ano que dados gestores ganham,
como é o caso do Sr. Mexia da EDP, onde, o Estado é accionista.
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