quinta-feira, 20 de outubro de 2011

A BRINCAR, BRINCAR, DIZEM-SE GRANDES VERDADES.






Hoje, queria escrever sobre a robotização do cinismo do Ministro das Finanças e de outros agentes económicos, mas para quebrar esta onda de maldições, tinha resolvido falar sobre o Homem do Rossio, um português castiço, mas depois recebi um e-mail sobre quão verde éramos naqueles tempos de 50/60/70 que resolvi redireccionar as agulhas.

A ficção passa-se numa caixa de um super-mercado em que uma velhota não leva um saco, para trazer as compras, o que, lhe valeu uma chamada de atenção do caixeiro,  que lhe diz: pois porque vocês não trataram do ambiente  é que estamos, como estamos.

A velhota, dando toda a razão ao jovem,  lembrou-lhe que quando ela era jovem, naqueles tempos, subia as escadas dos prédios a pé,  não havia elevadores; só se tinha um rádio e uma TV e não várias;  andávamos  em transportes públicos ou a pé; devolvíamos as garrafas às mercearias para serem reutilizadas; bebíamos água das torneiras ou dos fontenários públicos e não de garrafas e copos de plástico; lava-se a roupa  à mão nos poços; não tínhamos máquinas e mais máquinas eléctricas de cozinha para isto e para aquilo, etc. etc. .


Enfim , a vida era dura pela força das  circunstâncias, e, assim, se não havia a actual onda de verde, havia  um oceano de verde, porque não tínhamos mais que a mer.. que expelíamos, pelo dito cujo,  para poluir o ambiente, através de fossas, meros buracos no terreno, como acontecia em tanta casa mesmo nas redondezas do Funchal. Mas como a mer.. é biológica, servia de estrume biológico às bananeiras e a outros produtos agrícolas, então, todos biológicos e vendidos ao preço normal e não  como agora com um preço especial.

De facto éramos muito diferentes, e daí que esses cinquentões e por aí fora,  que não forem  burros, devem ter tido alguma contenção nas despesas,  e não devem ter contribuído muito para o défice da balança de pagamentos.

Da minha parte não contribui decisivamente para isso, não tenho nada a multiplicar, nem actualizo o que me presta um serviço de qualidade regular, como a minha TV de 1998, e o meu TM das primeiras gerações etc. etc. .

Tenho um apartamento  T2, e, na minha opinião, também deve ser dito aos jovens que  adquirir uma casa, pagando-a até aos 65 anos é um bom investimento,  para a velhice, e que o devem  fazer, logo que lhes seja possível,  se isso vier a acontecer ,o que, para os jovens entre os 20 e 30 será quase um milagre; e se ainda   a esperança de vida não baixar dos 75 anos para homens e 80 para as mulheres,  e a idade de reforma não for  além dos 65/67 anos, porque se as pessoas tiverem de trabalhar até morrer, então, não sei o que valerá mesmo a pena,

Aproveitando esta pequena história, é bom lembrar aos esquecidos o que foram aqueles tempos, e dizer aos jovens que não foram os comportamentos de antanho que poluíram os mares, as terras, os  rios e os céus, mas sim o consumismo actual que a mim muito me incomoda, e até me põe à beira de um ataque de nervos depois do dia 1 de Dezembro  de cada ano, por causa da ganância e da loucura de comprar todas as tretas do mundo.

 Por causa destes comportamentos desregrados nunca fui muito adepto do subsídio de natal, que nunca deveria ultrapassar os 1000/ 1500€, revertendo o sobrante para aumentar os subsídios mínimos.

Mas o melhor era  mesmo haver salários decentes, de nível europeu, ao longo de todo o ano e durante toda a vida, para o que é necessário pôr o país a produzir e dar emprego aos desempregados na agricultura e industria.

Reconheço  que as pescas são muito importantes, mas face ao risco dessa profissão, depois de resolvidos ou atenuados os problemas de segurança,  ser pescador, não é só uma profissão, é, sobretudo, uma vocação, e, esta, é um chamamento individual  

Andrade da silva.

PS: Obviamente que a discriminação negativa dos funcionários públicos no pagamento de impostos é imoral e inconstitucional, porque está a provocar desigualdade  entre os cidadãos, o que, contraria o art 9, alínea d da Constituição. 

 É  ainda imoral, e mais grave, no caso do pensionistas da caixa geral de aposentações e do regime geral, que descontaram ao longo da sua vida, o que, o estado calculou e exigiu para terem uma dada pensão. É um contrato que não pode ser violado, sobretudo no limite dos 2000  a 2500€,  para manter o estatuto da classe média-média, ou mesmo média-baixa. Esgrimir contra estes valores é mesmo baixeza,  intelectual e moral, quando não se questionam as centenas de milhares de euros e mesmo milhões ano que dados  gestores ganham, como é o caso do Sr. Mexia da EDP, onde, o Estado é accionista.

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