sábado, 30 de abril de 2011

A Poeta, a Vida em Portugal, Hoje, a Morte.






A Poeta,  a Vida  em Portugal, Hoje, a Morte.
Nota: Não ledes, passai ao lado e o Mundo será vosso, mas todo queimado. Bandarra outra vez, não.

Mas onde a poesia pode colher as gotas que a formam, se não na alegria, ou numa certa tristeza?
Mas a  mais das vezes nos rios das lágrimas. A poesia mais bela, sentida e não instrumental pressupõe habitar uma ilha, no meio de um continente. Quando e onde não foi assim, e, alguma vez, poderá não ser assim?
Uma poeta é uma estrela perdida num universo de asteróides da galáxia da morte, da inveja e do ódio. É uma estrela para ser queimada nas fogueiras das inquisições. Será sempre uma alma livre, e a LIBERDADE PERMITIDA É SOMENTE A CONDICIONAL, e nenhuma outra.
Logo, a terra ficará erma; o sol gelo, álgido; a lua negra de breu; os seres humanos ciber-seres. A vida acabará. Restará os cemitérios de abutres, vampiros e cadáveres putrefactos.
Mas quem vai matar o mundo, os capitalistas?
Não, mas sim a maldade universal que é a raiz, a substância, do núcleo duro também dos duplos que por aí andam, cinicamente, disfarçados de gente fraterna e solidária.
Um dia, outrem disse: disse-vos em verdade, a verdade, deixo-vos a verdade. Nada sou desse, outrem, mas em verdade falei, e mais, penso que o Mundo poderia ser diferente, se ao pensamento burocrático, interesseiro, se opusesse o pensamento livre, genuíno, probo, baseado no amor. Mas onde reside este AMOR PURO, LIVRE, AMANTE como o mar que se enrola na areia?
Aqui, neste país, neste Portugal, não. Estamos atados de pés e mãos aos rochedos do autoritarismo e do ódio ao homem, simplesmente, homem, e, quase sempre, povo-plebeu, que se auto consome, para servir os seus senhores, os terríveis ou os substitutos de deuses, reis, ditadores, chefões feitos do estrume dos truques florais.
Obviamente, que quase ninguém entenderá o que quero dizer, porque, em parte, exprimo-me de um modo obtuso, dirão muitos,  mas não  será, sobretudo, porque não convém, também  aos bem instalados nas suas certezas, todas com cariz de crença religiosa, não entenderem   o que digo, para nunca se desassossegarem, e, assim, para o Sol, o dia inteiro, a Liberdade, a dignidade e o desenvolvimento nunca irem além de cardos?
O que dizemos às perguntas exigentes:
Quem adiou Abril?
Quem matou o Caravela e o Casquinha?
Quem matou os soldados da Policia Militar no 25 de Novembro 75?
Quem desnacionalizou tudo?
Quem vilipendiou Costa Martins e prendeu dezenas de militares cujo crime foi defenderem o povo-plebeu?
Mas quem destruiu a Reforma agrária e a cidadania de base?
Mas quem abriu as portas ao regresso ao poder das famílias do poder fascista?
Mas quem e porque deixam cair os braços perante o ataque ao 1º de Maio dos  super-mercados Continente e Pingo doce?
Mas quem apoia o taticismo tipo Mário Moreno, no filme sobre os embaixadores?
Enfim, que raio de gente somos nós, se à direita somos um espectáculo degradante, e à esquerda, quando a direita cai de podre, voltamos aos abrigos à espera que a tempestade passe, ou de um dilúvio Divino que, morto Moisés, jamais virá?
Com um grande abraço aos que sofrem e vão ver o seu sofrimento aumentado pelo ódio destrutivo do capitalismo e do comportamento burocrático da esquerda.

Andrade da silva

4 comentários:

andrade da silva disse...

Marilia
Obrigado pela publicação
abraço
asilva

Marília Gonçalves disse...

Amigo e Companheiro, numa sociedade corrupta e suje pela mentalidade mercantil e individualista, onde muitos, vão aprendendo nessa horrenda escola do exemplo negativo, dentre todo esse esterco, erguem-se seres humanos, cheios de dores e de dúvidas, como se um colectivo terror contagiasse tudo e todos...e no entanto, são apenas seres humanos, iguais a nós, a procurar a gota de água o raio de luz fraterno e bom
não vao ser lançando descrédito e depressão sobre a população que veremos jorrar o luminoso dia, todos arrastamos nossas dores e no entanto em cada um fermenta o mesmo sonho, a mesma esperança, não temos o direito seja qual for o nosso estado de espírito de semear desespero e caminhos sem saída
a crise humana que atravessamos, não é portuguesa, é social e política e está espalhada pela terra agudizada pela mundialização e pelas ideias sujas e individualistas que propaga. Capitão, porque a sua voz é muito escutada é de si que tem que partir um braçado de ramos de quanto de bom há a semear em todos nós! Você, meu amigo, atravessa o doloroso luto por sua mãe,o que explica parcialmente a dor que vê em seu redor! Mas a única forma de combater a escuridão é semear torrentes de luz e de certeza num amanhã melhor, lento, decerto, mas inevitável! Amanhã, esse amanhã limpo com que o ser humano sonho, tem que surgir ou seria a colectiva morte. E isso era negar milénios e milénios de aprendizagens, de duras e laboriosas experiências.
O ser humano vai inevitavelmente, mesmo tropeçando, encontrar a sua via, porque a Vida vem semeada de inteligência e esta, vai salvar-nos
Viva a Vida, viva a Humanidade, que vai erguer-se dos escombros da podridão criada pelo espírito do lucro dos abutres
VIVA O AMANHÃ RADIOSO COM QUE SONHAMOS
VIVA QUEM DE SEU TRABALHO LEVANTA O PÃO E O MUNDO
VIVA O 1° DE MAIO

Marília Gonçalves

andrade da silva disse...

Matilia

Desespero não, não se pode é esquecer a história, não se pode é estar sempre a pactuar com os que mentem, na base da ilusão de que agora são amigos, esse não pode ser o caminho, o que vejo é o que está a acontecer e que é preciso contrariar.
A mundialização da escravatura sempre foi um fenomeno Universal e nunca o mesmo foi vencido com discursos proclamando vitórias que não existem, mas lutando para que as vitórias existam.

abraço
asilva

Marília Gonçalves disse...

mas não há Luta isolados, é preciso encontrar o tom, que nao soubemos achar ainda
abraço
Marília