terça-feira, 21 de dezembro de 2010

NATAL NÓS E OS NOVOS POBRES !!! ATÉ QUANDO? GENTE???






 NATAL

Natal de quê? De quem?
Daqueles que o não têm?
Dos que não são cristãos?
Ou de quem traz às costas
as cinzas de milhões?
Natal de paz agora
nesta terra de sangue?
Natal de liberdade
num mundo de oprimidos?
Natal de uma justiça
roubada sempre a todos?
Natal de ser-se igual
em ser-se concebido,
em de um ventre nascer-se,
em por de amor sofrer-se,
em de morte morrer-se,
e de ser-se esquecido?
Natal de caridade,
quando a fome ainda mata?
Natal de qual esperança
num mundo todo bombas?
Natal de honesta fé,
com gente que é traição,
vil ódio, mesquinhez,
e até Natal de amor?
Natal de quê? De quem?
Daqueles que o não têm,
ou dos que olhando ao longe
sonham de humana vida
um mundo que não há?
Ou dos que se torturam
e torturados são
na crença de que os homens
devem estender-se a mão?

Jorge de Sena

3 comentários:

andrade da silva disse...

Embora concorde com Jorge de Sena, não o acompanho nestes dias de Natal, ele não fala do Natal, fala do Mundo, do seu dia à dia, onde, não há Natal.

Não considero justo que a crueldade de 300 e muitos dias, roubem a magia de meia dúzia. Há 355 dias por ano para denunciar a malfeitoria e 10 pelo menos para sonhar desintoxicar. Conhecendo e reconhecendo tudo o que diz Jorge de Sena, no natal o seu poema pelo ataque à magia libertadora não me agrada, apesar de estar num estado de dor, e de estar bastante nas tintas para as rabanadas etc etc, mas não para a MAGIA da criança que ainda vive em mim.
abraço
asilva

Marília Gonçalves disse...

A magia do Natal vive em quantos tiveram e têm familiares, independentemente da religião, conheço muçulmanos sei o valor que para eles tem o Ramadão, e as festividades familiares que o encerram
Na magia infantil da visão ocidental está o crer que todos os povos do Mundo comungam a maravilha deste dia
afinal o que nos resta é uma insondável saudade da nossa própria infância e da nossa inocência de então
de qualquer modo esta festa por outras razoes mas na mesma época já existia, porque a festa é necessária, para nos ajudar a levar às costas o peso de tanta mágoa
o que não é, é uma razão para esquecer o horror do sofrimento do nosso semelhante
Também eu tenho saudades dessa menina que se perdeu de mim cedo demais, como tantas outras crianças
afinal acima de tudo o Natal é um estado de espírito que a nossa ocidental cultura inculcou em nós
Mas a todos dentro do possível:
FELIZ NATAL

Marília

andrade da silva disse...

Marilia

Bom Natal e um forte abraço de concordância. O Natal é a magia de criança, dura pouco, mas vale perante tanta agrura. Vivo ou procuro viver essa magia.
abraço
asilva