É NATAL. VIVA O RE- NASCER!

" À minha família, ao meu filho, às amigas e amigos do coração e muito especialmente àquelas e aqueles fraternos amigos a quem este tempo dói."

É Natal! Viva o Re-nascer!

Sente muita gente, e bem, vinda da tradição uma alegria ímpar, transbordante. Na magia da criança, que um dia foram, reside a força do re-nascer, em cada Natal. Recordam, revivenciam todas as ledas experiências de uma vida, celebram o trabalho, a saúde, a amizade, a maternidade, a generosidade e o amor universal, e com os tempos que foram passando, do modo que o foram, também um largo consumismo e muitos excessos. É Natal mas, por vieses, do destino esta quadra acabou por rimar um pouco com a ideia mais do Carnaval do ninguém levar a mal, mesmo no que toca a gula.

Natal tempo da maternidade, da paternidade, da fraternidade, do frio neste hemisfério Norte, mas tempo de alma e corações quentes para pensar na família, mas também nos deserdados, nos pobres, a quem tanto bem pode fazer um pouco das nossas dádivas, que também nos confortam, por nos alinharem com a nossa profunda natureza - a bondade.

Natal é também canção, canto, cor, presépios, árvores de Natal, muita luz, muitos contos. O Natal é sobretudo este grande e inolvidável sonho de um dia, todos termos nascido nus, puros, sem narcisismo, como o menino de Belém. Diz-se, por aí ,que há uns que nasceram em berços de oiro e outros não, mas o que importa é que quando deixaram o ventre de suas mães ninguém traz qualquer manto, todos nasceram nus, é o que mais vale.

Mas apesar de toda esta alegria verdadeira, por vezes artificial, ao lado dela, muitos sofrem, porque são pobres e falta-lhes o pouco de conforto para minorar as agruras da vida, mas também é certo que no Ocidente muitos não os esquecem, e levam-lhes bastante deste espírito de Natal e também para eles é Natal.

Bem-haja esta atitude de boa vontade de muitos que tornam para estes o que poderia ser uma noite fria e sem estrelas, numa noite com algumas constelações de esperança. Têm um Natal modesto em coisas, mas muitas vezes grande em Amor, esperança e gratidão.

Finalmente há os que tendo uma casa, uma família, um emprego estão muito, muito, tristes por razões biológicas, o tempo cinzento chuvoso e frio mexe-lhes bastante com o humor e a sensibilidade, e nesta vem desaguar toda a pressão e dor dos amigos perdidos, das pessoas queridas que partiram, da ostentação de alguns e da onda desenfreada de consumismo, e, isto, dói-lhes e faz sofrer. Desta dor bebo e comungo convosco, por isto também falo do interior de mim, e, assim, a vós minhas amigas e amigos sugiro:

Não é justo que quem é belo, sincero, honesto, solidário sofra nesta data, isso, seria muito cruel e injusto, portanto, a estas e a estes amigos, a quem lhes sangra o coração e a alma enviúva por estes tempos, ao ouvido, baixinho, sibilando ao coração e á alma vos digo:

NÃO FIQUEM PARA TRÁS. VENHAM À FESTA ELA É SOBRETUDO VOSSA. TODOS PODEMOS RE-NASCER e DEVEMOS RE-NASCER, então, façam, façam o mesmo que sinceramente as pessoas felizes fazem, encham as vossas almas e casas de luz e música, olhem o vosso vizinho e a criança do vosso bairro que precisa do vosso olhar e bondade, revivam com todos os que já partiram e em memória deles o Natal do re-nascimento do encontro. Ser feliz é também praticar os comportamentos geradores de felicidade. São actos nobres moralmente, altruístas e inteligentes.

AMIGA, AMIGO SENSÍVEL E JUSTO, ESTE NATAL É, QUANTO DAS CRIANÇAS, A TUA FESTA. VIVE-A E RE-NASCE.

Deste teu amigo que perdeu a sua mãe em 9 de Novembro 2010, mas viverá o Natal como sempre, em sua memória, pois era a sua festa preferida, ou não fosse ela e nós, seus filhos, madeirenses, ( o seu neto, meu filho, lisboeta de gema, também viverá, espero, o seu Natal a seu modo, com um calor equivalente) recebam um grande abraço de fraterna amizade.

andrade da silva