quinta-feira, 21 de maio de 2009

13 - REFLEXÕES DE G.F. * Há muito que fazer!

Nós, os mais velhos, soubemos o que foi viver sob a batuta de Salazar. E também sob a batuta do seu delfim. E temos uma dívida para com os que não viveram essa experiência: a de não lhes termos divulgado a extensão das suas malfeitorias. E é uma dívida imperdoável, porque dela deriva, creio eu, a situação a que chegámos neste país assombrado por Novembro e onde a nostalgia de Abril só é sofrida por quem já era adulto aquando da Revolução dos Cravos.

Vivemos em democracia (?) há trinta e cinco (35) anos; logo, até quem hoje andar pelos cinquenta anos de idade pouco ou nada saberá do que foi o autoproclamado Estado Novo. E quem tiver menos idade, pois... Perante esta situação, há muito que fazer!

As pessoas com quem falo e que não conheceram vividamente a ausência da Liberdade, falam vagamente nas prisões e por aí se ficam, pois nada mais sabem. Ora, é dever dos mais velhos falarem do que viveram e assim manterem viva a memória da negação deste país, falarem da importância da Revolução dos Cravos interna e externamente e dos sonhos que Abril trazia e que Novembro trucidou.

Outra inventona que anda por aí é a de que Novembro pretendeu recolocar nos carris os desmandos que Abril vinha provocando. É inventona a desmistificar, designadamente pelos membros do MFA que para tanto se disponibilizem, a bem da Pátria, a bem da Verdade, a bem do País que queremos ser/ter. E isto sustento porque o Portugal de Abril sempre viveu sob o manto tutelar do Conselho da Revolução, logo dos Militares a quem todos devemos o fim do regime fascista.

A ignorância é a mãe de todos os males.

Que esperamos para esclarecer, de uma vez por todas, a verdade dos factos?

Até sempre!
Gabriel de Fochem

1 comentário:

Marília Gonçalves disse...

Verdade Companheiro que ouvi em tempos a alguém que muito estimei(meu pai) que dizia que das coisas que mais detestava destacava a estupidez e a fraqueza, como responsáveis dos grandes males da Humanidade
e se virmos bem, uma e outra juntas, são efectivamente um tremendo perigo e uma ameaça.
Mas felizmente vai sempre aparecendo alguém disposto a pagar o preço das suas convicções e que nada faz ceder
e lembro Ary os Santos quando dizia:
O que me vale é que não estou sozinho,. ainda se encontram alguns pés de linhos. crescendo não sei como na estrumeira.
Ary dos Santos Ao meu falecido irmão Manuel Maria Barbosa du
Bocage


abraço
Marilia Gonçalves