quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

REFLEXÃO QUASE UTÓPICA


Ao contemplar o Tejo, dei comigo, a reflectir acerca de ministérios, polícias, governantes, tudo instrumentos para produzirem submissão, trituração das pessoas. Tudo para produzir infelicidade e sujeição.

Todavia, foi o homem que criou este sistema para ser infeliz, porque, segundo a história, a barbárie seria pior. Seria?!...

Admitamos que sim. Mas, mesmo assim, não poderia ter sido possível criar uma estrutura social e política com os mesmos ministérios, governantes, etc, mas com o objectivo de produzirem bem-estar, mérito, paz, desenvolvimento, e evitarem os comportamentos anómicos e violentos?

Creio que teria sido e é possível, então, porque não aconteceu, nem acontece?

Julgo que em primeiro lugar por causa dos “escravos” que em vez de se rebelarem contra a escravidão, a alimentam, julgam aprioristicamente que ela lhes traz a segurança, e nunca o sofrimento e a morte, e também por estarem intoxicados e anestesiados pela furiosa propaganda dos que detêm as alavancas da dominação, e em 2º lugar porque os lideres geralmente são escolhidos entre os mais violentos, os mais corruptos e os menos competentes. São empregados pagos a peso de oiro, pelos progenitores e donos do capitalismo selvagem.

Este é o Mundo em que vivemos e que milhões de pessoas aceitam: uns por uma questão de cobardia; outros de oportunismo e muitos , muitos, por desinformação, ignorância e alienação.
Neste quadro dramático cabe às mulheres e aos homens livres, enquanto há tempo, denunciarem este estado de coisas, e proporem alternativas, desejando que por imperativo moral e de cidadania, os melhores, entre os melhores, tomem a bandeira do humanismo e do desenvolvimento e motivem os milhões de gentes perdidas que se não se encontrarem depressa, serão ceifadas pelos temporais que aí vêm, ou por algum vírus que de um qualquer laboratório da morte, se escapará por fortuito e trágico acaso planeado. (Não durmam muito descansados, sem que antes a democracia conquiste as semi-democracias proto-totalitárias reinantes. Não descansem, vêm aí grandes temporais).

É possível viver numa sociedade mais justa, fraterna, sábia e em harmonia com a natureza, se os povos euro-americanos não deixarem que em todo este espaço geográfico se regresse à Idade Média, se efectue a “chinização” da Europa, e, finalmente, compreendam que a fragilidade das sociedades africanas e asiáticas são nossas também.

É a hora. PORTUGAL !


andrade da silva 18 Fev. 09


2 comentários:

Ana Daya disse...

A utopia so existe em especial nas campanhas eleitorais e nos casais apaixonados. Em ambos os casos nao passam de promessas para a felicidade completa da populacao e da relacao, respectivamente.

Acabam sempre por ser planos ou projectos maravilhosos que jamais serao realizados, porque nao existe felicidade completa, porque o mundo nao e perfeito, porque todos nos nao somos perfeitos.

A todos nos fica-nos bem a procura de equilibrio e bem estar para, ja que a felicidade nao e estavel e vai e volta, consigamos ultrapassar os dias de “nao felicidade” da melhor maneira.

So cada um pode falar por si e pelas decisoes que tomou. Se foram ou sao sinceras e responsaveis, nao podem produzir infelicidade e sujeicao como referiste.
Ja ouviste alguem dizer que quando faz alguma coisa o faz com mas intencoes??

Tens razao no que escreveste. Nem os “escravos” se rebeliam e alguns lideres continuam a ser o que sabemos que sao.

Pode haver muita ignorancia, muita locura, muito oportunismo, muita desinformacao, mas o que mais ha sao consciencias que conseguem viver com injusticas a frente dos seus olhos sem nada fazer para que parem de vez!

Se num circulo pequeno como sao as familias e circulos de amizades, observamos com frequencia circunstancias tao lamentaveis, nao nos podemos queixar do estado do mundo! Todos nos somos culpados, e ao mesmo tempo nao podemos fazer muito para mudar. E quando pudemos, nem sempre fazemos.

Costumo ver com frequencia um menino que nao deve ter mais de 8 anos a vender pastilhas elasticas nos sinais luminosos de uma avenida sempre cheia de trafego e muito perigosa – tem 6 linhas de trafego para cada lado. Descalco, com olhos achinesados, cabelo preto escorrido, e com tunica paquistanesa beje e suja.
Ha quem compre pastilhas, ha quem so lhe de dinheiro. Ha quem nem sequer olhe para ele e o ignore por completo, quando uns miseros 10centimos lhe fariam jeito para chegar a hora de ir pra casa.. Ha 2dias atras por volta das 9 da noite, la estava ele, mas desta vez tinha um olho completamente negro… Toda a gente sabe que eh o pai que o manda trabalhar, a ele e a mais uns quantos irmaos que estao espalhados por outros sitios. Se nao tras dinheiro para casa apanha. Se trouxer dinheiro e pastilhas ainda melhor.
Que fazemos nos todos? Ou damos dinheiro, ou compramos pastilhas, ou ignoramos e nem para ele olhamos e… no dia seguinte la esta ele e nada mudou!

Este foi so um exemplo muito real e pateta para este contexto, mas sei que sabes o que quero dizer com o que escrevi.
Cada vez estou mais ceptica a mudancas boas!

Ana Rute

andrade da silva disse...

Ana

Sei o que sentes,também sinto, ainda hoje alguém me dizia que era a natureza humana a responsável.

Vou falar sobre isso,mas a natureza humana são meia dúzia de moléculas, como magistralmente Sagan descrevia, a que se deu um sopro de vida, o resto é social, é uma constução social que pode ser diversa se diferentes forem os lideres a educação,o que é possível, e por isso, disto falo e gostaria que muito falassem e vissem o que podem fazer, mas....as coisas são como são, e não são estas ideias que são difundidas, estas são ideias loucas silenciadas,, mas que devem ser ditas.
abraço
asilva