sábado, 31 de janeiro de 2009

UMA HISTÓRIA TRISTE DE UM DEPRIMIDO CIDADÃO.


O Sr. Dias Loureiro um dia foi um ministro todo poderoso de um governo de Portugal, conheceu nessas andanças um outro senhor, o Sr. Oliveira e Costa, que era subsecretário. Todavia, num dos Invernos seguintes, os papéis inverteram -se. Quando o Sr. Dias Loureiro saiu do governo, logo lhe choveram vários pedidos de vários empresários. Recusou muitos, e aceitou o do Sr. Roquete. Passou a ser sócio com este de uma empresa que cresceu e teve sucesso.

Mas a dada altura, porque o Sr. Roquete quis dedicar-se em exclusivo aos vinhos, a dita empresa foi comprada pelo Sr. Oliveira e Costa, tendo sido, o Sr. Dias Loureiro, nomeado administrador do grupo de empresas (SLN) daquele senhor que detinha a propriedade do Banco Português de Negócios.

Dias Loureiro impressionado pelo rápido sucesso daquelas empresas e pelo impressionante currículo do seu patrão aceita o cargo, mas passados três meses vai queixar-se ao Banco de Portugal dos processos de gestão do Sr. Oliveira, pois que julgando que ia para número dois da empresa, achou estranho que o Presidente do Conselho de Administração fizesse reuniões à noite, quase secretas, com os accionistas e não lhe dissesse nada.

O antigo e esforçado ministro sujeita-se a uma gestão unipessoal, não sabe bem qual o seu papel dentro daquela organização, todavia estabelece várias relações internacionais de negócios, ao que parece com base num conhecimento privilegiado de pessoas influentes. Contudo quanto à conclusão dos negócios nada sabe, o que de mais profundo sabe é que um dos processos pesava 18 kg, o que corresponderá a muitas resmas de papel.

Vai ficando na empresa do Sr. Oliveira e Costa depois de vender as suas acções, porque queria levar três projectos avante. Quando todos morreram saiu da mesma, entretanto, sempre se sentiu mal, até porque nunca conseguiu constituir a sua equipa com o Dr. Daniel Sanches e outros, todos seus amigos e com um grande currículo, o que deve justificar o relevante facto do Dr. Daniel Sanches ter saído de uma empresa, ter ido para o governo, altura em que o ministério, de que foi titular, adjudicou uma obra àquela empresa, para à qual regressou, logo que deixou governo.

Trajecto absolutamente normal que não levanta, ou levantou ao Sr. Dias Loureiro qualquer dúvida sobre o comportamento deste senhor, porque o seu amigo também é um grande e probo cidadão que nunca por si será julgado, porque além do mais é católico e advogado( sic).


É também impressionante ver-se, como através de processos de “parqueamento” de venda de empresas falidas a outros que dividiam entre si os prejuízos e depois de saneadas são incorporadas no grupo mãe, se limpa os saldos negativos a apresentar aos accionistas, mas tudo isto, como os negócios em Marrocos, empréstimos sem as adequadas garantias bancárias, passou a milhas do Sr. Dias Loureiro que, no entanto, deveria receber um multimilionário vencimento, para estar ali a ver “os comboios passarem “. Os bons e generosos patrões amigos são assim.

Tudo isto é uma vergonhosa trapalhada, e de facto, cada vez mais, se consolida o retrato traçado pelo Sr. Cadilhe de que por ali havia uma sistemática e continuada acção delituosa que ninguém viu, embora se desconfiasse.

Certo, certo é que com todas estas pessoas insuspeitas, de alta craveira e recorte ético chegou-se ao que se chegou, com o Sr. Dias Loureiro a confessar-se muito vitima das circunstâncias e até de má vontade contra si na SLN. Era tanto o divórcio que nunca soube nada sobre o Banco Insular, e em tudo acreditou, face ao seu excesso de confiança naquelas ilustres pessoas e no Banco Portugal. De nada se sente culpado e porque a sua consciência está leve, como a alma das pombas da paz, enquanto tiver a confiança pessoal do Sr. Presidente da República que se deduz que tem mantém-se como Conselheiro de Estado.

É verdade que tendo ouvido todo o depoimento ( quatro ou mais horas) do Sr. Dias Loureiro, que muito atenciosamente a Sra. Presidente da comissão de inquérito permitiu que se alongasse, veleidade que nunca facultou ao deputado Melo do CDS, a sua tristeza inspirou-me compaixão.

Nesta trama concordo e louvo mesmo que o Sr. Presidente da República mantenha a sua amizade para com tão deprimido cidadão. Agora, já não me parece que perante tanta inacção e tanta submissão o Sr. Dias Loureiro tenha perfil de competências para ser conselheiro de Estado.

Claro que é certo que tudo vai continuar na mesma, mas devemos manifestar o nosso repúdio pela DEMOCRACIA PORTUGUESA ESTAR CERCADA E EM GRAVE RISCO, sem que a maioria dos portugueses se preocupe, mesmo os que se consideram elites. A grande maioria está-se na tintas para tudo isto, só se mexerão, quando e se a tragédia lhes bater à porta.

PORTUGAL!

Andrade da silva 28 Jan 09


PS: Muito competentes e milionáriamente pagos: Mira Amaral, 21 meses na CGD, levou de reforma 18mil euros/mês, António de Sousa ex- governador do Banco de Portugal, quando deixou a CGD levou um complemento de reforma de 600 mil euros, mais uma reforma de 7mil euros mês. Já se vê para onde vai o dinheiro dos cortes da segurança social, mas muitos não vêem nada, e vão continuar a votar nesta gente, mas porquê?
Fonte: Visão de 15 Janeiro

1 comentário:

Anónimo disse...

Ou seja...tudo gente séria e honesta....!!!!!