quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

PRÁTICAS ILICITAS, EVASIVAS, NEGÓCIOS RUINOSOS CONTINUADOS, AO LONGO DE MUITO TEMPO: O RETRATO DO BPN


O depoimento de Miguel Cadilhe perante a Comissão de Inquérito da Assembleia da República é absolutamente arrasador, destrói todo o edifício de controle do sistema financeiro português, derruba, pedra a pedra, toda a credibilidade do Banco de Portugal e do Ministério das Finanças.

Segundo Miguel Cadilhe foi preciso à sua equipa quatro meses para verificar que o BPN estava perante uma situação inimaginável, sem que o governador do Banco de Portugal antes da sua posse nas conversas que teve consigo tivesse dado qualquer sinal sobre a gravidade daquela situação, e antes tivesse revelado muita satisfação por ele, Cadilhe, ter aceite ser administrador daquele banco.

Segundo Cadilhe desde 2001 que as práticas ilícitas do Banco Insular se vinham a realizar de um modo reincidente, sem que nunca a supervisão do Banco de Portugal tenha agido.

Para si é impensável que este comportamento sistemático ao longo de tantos anos não tenha sido objecto de auditoria, o que põe em causa toda a confiança no sistema financeiro português, por não ter sido defendido e credibilizado pelas entidades de supervisão e pelo Ministério das Finanças que neste caso só começam a agir depois da sua administração ter sido empossada, e começar a investigar todos estes casos, de que deu conhecimento ao Banco de Portugal e à Procuradoria Geral da República.

Quanto à administração de Dias Loureiro considera como absolutamente irregular e à margem da lei, o facto daquela administração não se reunir periodicamente e não elaborar as respectiva actas, como a lei exige.

Para Cadilhe o Banco De Portugal nunca fez o que podia e devia para suster todas estas irregularidades com valores dentro e fora dos balanços na ordem dos milhões de euros, deveria e poderia ter mandado fazer auditorias, podendo e devendo, também, não permitir que a sua equipa de administração fosse empossada.

De facto o pormenorizado depoimento de Cadilhe com provas e referência a várias testemunhas presenciais destrói por completo a credibilidade técnica do Banco de Portugal e do seu Governador, pelo que, a ser verdade o que Cadilhe diz, a continuação do Dr. Victor Constâncio, como governador do Banco de Portugal, seria um acto de CAPRICHO POLÍTICO do QUERO POSSO E MANDO, com um risco agravado para a credibilidade nacional e Internacional do nosso sistema bancário e para os depósitos que todos temos nos Bancos.

A gravidade do depoimento de Cadilhe não pode ser escamoteada, e diz muito claramente que há pessoas em Portugal que pelo seu poder e pelas ligações perigosas com o poder politico e económico, cometem ilícitos de um modo sistemático, e porque pelo manto dos poderosos e do poder são tornados invisíveis, ficam impunes. Ninguém vê o que se passa, porque o BPN era um polvo enorme com um organigrama complexo, muito complexo, de 3 folhas, como o próprio Cadilhe reconheceu.

Mas se tudo isto é assim, porque ainda se riem e parecem muito bem dispostos o Sr. Oliveira e Costa e o Sr. Dr. Constâncio, será que se estão a rir de Portugal e dos Portugueses?

Será que o Sr. presidente da República, até como economista, está a seguir esta situação? Será que o Sr. Dias Loureiro ainda pode e deve continuar com assento no Conselho de Estado?

Quanto à pseudo nacionalização, à caixa Geral de Depósitos e às empresas públicas estamos falados, porque serem do sector privado ou do público que diferença fazem, se servem o mesmo poder e as mesmas pessoas?

Andrade da silva


PS:
Israel continua a matar inocentes, porque alguém disparou, mas o quê, um canhangulo, uma barragem de artilharia, mísseis?

Em África, por vezes os militares começavam a disparar à bruta. Dirige-me a alguns que me diziam que era uma coisa que até deitava fogo, mas isso que deitava fogo era uma pacaça.

Nestas guerras o medo tornam nervosos os dedos no gatilho, ou a cabeça de generais que querem ganhar medalhas e exterminar um povo. Estes actos sistemáticos não podem ser aceites como erros ou efeitos colaterais, mas como crimes que não podem ser desculpados pelo secretário da ONU com um sorriso, quando cumprimenta a mão que dirige a morte.

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