sábado, 29 de novembro de 2008

A CONVERGÊNCIA DE ESQUERDA É UM IMPERATIVO DE ABRIL E DA DEMOCRACIA



Nenhum partido à esquerda do PS é, por si só, uma alternativa eleitoral à Governança de direita. Como em 2009, o que vai haver são eleições, para se sair da actual situação de grave injustiça, que é diferente da superação do capitalismo, que obviamente não está no seu leito de morte, é preciso uma ampla convergência de pensamento e acções entre os verdadeiros democratas , os que prosseguem os ideias de Abril, e que nunca traíram o POVO, falando verdade e defendendo a liberdade, a igualdade de direitos, a fraternidade entre as pessoas e os povos, a cultura do mérito, o humanismo e o amor.

Consequentemente, como creio que sempre estive em todos os combates pela vida do 25 de Abril e pela superação das graves injustiças entre os cidadãos portugueses, mas também entre os do mundo e entre as nações do Norte e do Sul, sou um defensor de uma nova e global solução para Portugal e para o Mundo, assente numa nova liderança baseada nos valores de sempre, na inteligência e no aprofundamento da democracia.

A democracia é actualmente uma mera palavra decorativa, poucos têm um comportamento democrático internalizado, a maioria dos líderes partidários consideram-se donos das pessoas e dos pensamentos dos militantes, e esmagam toda o pensamento divergente, honesto, criativo e democrático.

Salazar deixou a semente totalitária no pensamento e na acção dos portugueses. É uma terrível herança perpetuada de um modo quase universal por todas as organizações: partidárias, sindicais, profissionais, culturais e até filantrópicas. Portugal é um ventre sempre prenhe, para dar à luz a ditadorezecos.

Não havendo, de momento, uma alternativa global que carece de um novo pensamento e uma diferente avaliação da história na perspectiva da igualdade, da liberdade, da fraternidade e da justiça social, compete, na minha opinião, aos que defendem Abril, a Democracia e o desenvolvimento saudar os movimentos dentro do PS que O procuram libertar do capitalismo selvagem, do neo-liberalismo em que caiu, e exigir à esquerda do PS que se pronuncie com toda a clareza sobre o que pretende e que ideologia a anima.

Não fará qualquer sentido dizer-se protagonista de uma mudança de esquerda e socialista dentro do PS, e não se demarcar de malformações sociais, como é o património do Spinolismo, porque nunca foi uma corrente de pensamento ou de acção democrática, sempre foi uma corrente antidemocrática com um forte pendor arbitrário e totalitário. Obviamente que uma esquerda do PS que não se afaste de uma certa e pesada herança do PS neo-liberal, não é alternativa, nem alternância a coisa nenhuma. É um embuste, uma mentira.

Todavia se os movimentos da esquerda do PS forem sinceros na sua opção de esquerda, e promoverem a convergência de Esquera, devem ser saudados e não combatidos. De igual modo os sociais-democratas do PSD devem ser encorajados a alterarem a relação de poderes dentro do PSD, de modo a que os neo-liberais formem com Santana Lopes e outros o partido liberal, limpando a social-democracia do vírus do capitalismo selvagem que nos tem conduzido ao fascismo social, conforme Boaventura Santos tem referido.

Numa palavra: VIVA A JUSTA LUTA DOS COMUNISTAS, DA ESQUERDA DO PS E DE TODOS OS DEMOCRATAS no que têm de humanista, de liberdade, de justiça social, no sentido de porem cobro à ganância e ao capitalismo selvagem.



andrade da silva 28 Novembro 08

3 comentários:

Marília Gonçalves disse...

Eles começaram perseguindo os comunistas,
E eu não protestei, porque não era comunista.
Depois, vieram buscar os judeus,
E eu não protestei, porque não era judeu.
Depois ainda, vieram buscar os sindicalistas,
E eu não protestei, porque não era sindicalista.
Aí, vieram buscar os homossexuais,
E eu não protestei, porque não era homossexual.
Aí então, vieram buscar os ciganos,
E eu não protestei, porque não era cigano.
E depois, vieram buscar os imigrantes,
E eu não protestei, porque não era imigrante.
Depois, vieram me buscar.
E já não havia ninguém para protestar!

- Martin Niemöller -

Marília Gonçalves disse...

Poema sobre Salazar

António de Oliveira Salazar

Três nomes em sequência regular…

António é António.

Oliveira é uma árvore.

Salazar é só apelido.

Até aí está bem.

O que não faz sentido

É o sentido que tudo isto tem.



Este senhor Salazar

E feito de sal e azar.

Se um dia chove,

A água dissolve o sal,

E sob o céu

Fica só azar, é natural.



Oh, c’os diabos!

Parece que já choveu…

… … … … … … … … …



Coitadinho

Do tiraninho!

Não bebe vinho.

Nem sequer sozinho…

Bebe a verdade

E a liberdade.

E com tal agrado

Que já começam

A escassear no mercado.

Coitadinho

Do tiraninho!

O meu vizinho

Está na Guiné

E o meu padrinho

No Limoeiro

Aqui ao pé.

Mas ninguém sabe porquê.



Mas enfim é

Certo e certeiro

Que isto consola

E nos dá fé:

Que o coitadinho

Do tiraninho

Não bebe vinho,

Nem até

Café



Fernando Pessoa



P.S.: Este poema, mostra bem o desprezo que Fernando Pessoa dava a Salazar.

andrade da silva disse...

MARILIA
É muito importante lembrar e relembrar a história da vida e das torturas dos que quiseram ser livres,cidadãos livres e iguais.

Grande crime, continua a ser crime nestes tempos que chamei de fsscismo branco e que Boa Ventura Santos conceptualiza como fascismo social. Falarei do assunto.

Há tanta coisa para se falar aqui que o tempo é sempre pouco, muito pouco. Mas devagarinho, gota a gota lá se vai contando a história subjugada, esperemos que nos oiçam cada vez mais gente que pode libertar Portugal.
abraço
asilva