quinta-feira, 11 de setembro de 2008

13 - REFLEXÕES DE G.F. * A «Direita» e a «Esquerda»


Diz quem sabe dessas coisas da História que as tais «Direita» e «Esquerda» surgiram com a Revolução Francesa. A tal Grande Revolução Burguesa que, em 1789, em França, apeou a Realeza, a Nobreza e a Igreja Imperial de Constantino.
Foi nessa data e com o decisivo empurrão do povo ignorante e faminto que a Burguesia tomou o Poder.
Os Girondinos eram a «Direita», os direitícias; os Jacobinos eram a «Esquerda», os esquerdícias.
O Poder da Burguesia trouxe consigo a divisa Liberdade * Igualdade * Fraternidade. Para eles, burgueses, apenas para eles, é claro.
A Burguesia trouxe o Capitalismo, mais direitícia, mais esquerdícia, sempre Capitalismo.
As amarguras do povo mantiveram-se. Apeados os Senhores das Linhagens, subiam ao palanque os Senhores do Lucro. Enfim, como diz o rifão: «Tudo como dantes, Quartel-General em Abrantes»! Há quem prefira estoutra sentença: «A m... é a mesma, as moscas é que são outras».
Evidentemente que o Poder da Burguesia foi um passo qualitativo no decurso da História dos Homens. Foi e já não é, há muito tempo.
Com a chamada Idade Industrial, ficou muito clara a importância da força de trabalho, isto é, do povo. E com esta peça nova no xadrez, o povo como força de trabalho, surgiram os inevitáveis conflitos entre patrões e trabalhadores assalariados e as ideias destes conducentes a um dia se emanciparem do Poder Burguês.
Enquanto isto, os direitícias e os esquerdícias iam-se revezando na condução dos destinos das gentes. Ora governavam uns, ora governavam outros, ora, num lindo par, governavam juntos. E tão bem ficavam no par, que o povo, sempre criativo, inventou esta máxima: «São tão lindos, tão lindos, que Deus os fez e Deus os juntou!» E com a criação deste par os direitícias e os esquerdícias «inventaram» o Centro. Foi aí que este pariu os centrícias. Depois, decidiram criar outras combinações, mas sem jamais se desviarem um milímetro da sua matriz: Poder da Burguesia. Aliás, teremos de convir que nada de diferente seria de esperar. Se deixassem de ser o que são, perderiam a sua identidade. E isso é o que eles não querem. Pudera!
De entre outras, uma interrogação o povo se coloca: Por que será que os que se dizem do povo e eleitos pelo povo estão reclamando para si a designação de esquerdícias? Por que sentem a necessidade de procurar no Poder da Burguesia uma palavra que os defina? A palavra que define o Poder do Povo não lhes agrada? Pois eu proclamo ser um democrata, porque defendo a Democracia, a tal expressão grega que significa Poder do Povo ou Poder Popular.
Direitícias, Esquerdícias, Centrícias e por aí adiante são as negaças de que se serve a Burguesia para caçar os incautos...


Gabriel de Fochem
1-11-2006

1 comentário:

Jerónimo Sardinha disse...

Sábio Senhor de Fochem,
O que se poderá comentar, quando a exposição se afirma por si própria, como é o caso ?
Ao retrato, só falta moldura.
Vai uma ajuda !
Burguesia. Porque será que todos os profissionais da política e inventores de novos partidos e novas fórmulas, são originários de uma burguesia normalmente anafada e bem quista ?
Não sabe ?
É simples. Tiveram acesso ao conhecimento, há cultura, aos meios técnicos e sociais.
E porque o não tiveram os outros ? Os de baixo ?
porque a família trabalha, de manhã cedo, até noite tarde, para angariar a cada vez mais dífícil côdea do sustento. E eles, os que deveriam seguir caminho, não o podem fazer, porque começaram a trabalhar aos 10 ou 15 anos. A barriga impôs-se á cultura, ao conhecimento, ao despertar de vocações, de ilusões, de justas lutas.
É isso. É aí que a coisa começa.
E é aí que vai acabar ... Até um dia !
Grande Abraço Zé-Augusto.

Jerónimo Sardinha