quinta-feira, 14 de agosto de 2008

05 - POEMÁRIO * O grande logro





Defines o teu perfil

com as pétalas da flor

duma alvorada de Abril,

vestida de amor e cor.



E falas da primavera

como do sagrado trilho

onde a liberdade gera

a verdade em cada filho.



E, faminto, o povo crê

na palavra armadilhada,

crendo ver o que antevê

na espera desesperada.



E, de logro em logro, vais

arengando que te cabe

o fazer melhor e mais

o que só o povo sabe...



José-Augusto de Carvalho
11 de Março de 2007.
Viana  * Évora * Portugal

3 comentários:

Jerónimo Sardinha disse...

Olá Companheiro Amigo.
Do melhor e mais objectivo, repescado de um período marcadamente nostálgico.
Mas é assim. Aquele Abril marcou-nos a todos (alguns) de uma forma indelével. Os conturbados tempos que se seguiram e os malabarismos a que temos assistido, desmentem a verdade de uma REVOLUÇÃO tentada por uns quantos, desejada por muitos e necessária a todos. Até áqueles que a têm traído e dela vão extraíndo benesses e regalias que nunca mereceram. É o pós Novembro do nosso desencanto.
Lutemos, com as poucas armas e as energias que temos. Bem haja pelas recordações e pela forma como no-las oferece.
Grande abraço de Amizade e Companheirismo,
Jerónimo Sardinha.

andrade da silva disse...

Caro José Augusto

COMO a poesia e o poeta podem dizer tudo em tão poucas linhas, pois a grande doença da humanidade foi sempre ir atrás das palavras-vígaras que armadilhadas nos têm morto com demo-ditaduras, ditaduras e escravidões várias, mas como desarmidilhar tudo isto, se poucos querer pensar no lôgro das suas vidas e da vida colectiva?

Tudo se passa como esse grande e "impoluto" e dito ou auto-nomeado capitão de abril Cor Matos Gomes, dizia no blogue avenidadaliberdade, há por aí uns idealistas do tipo de Estaline que querem salvar quem não quer ser salvo.

Pudera quando alguém quer dizer o rei vai nu, e na sua nudez vemos o totalitarismo, logo calam a voz do mensageiro, como com esta gente se poderá cumprir Abril, quando eles são apresentados ao povo como os verdadeiros militares de Abril?

abraço
asilva

Anónimo disse...

Queridos Companheiros Jerónimo Sardinha e Andrade da Silva, a razão da força poderá prevalecer, mas nunca poderá vencer a força da razão.
Grande e fraterno abraço.
José-Augusto de Carvalho