A Praça do Desplante está vazia.
Apenas o cansaço do pregão
do velho cauteleiro, que porfia
na venda da miragem da evasão...
Quem passa, afasta a sorte com um gesto.
O gesto de quem diz não vale a pena !
E o velho aceita o não , sem um protesto
ou um esgar de continência obscena.
E vai, por entre as sombras, à deriva,
oferecendo a sorte, no vazio
sonâmbulo da Praça do Desplante...
Mas ninguém quer a grande, a grande esquiva!
E as sombras, num instante corrupio,
aguardam que outro Dante as saiba e cante...
José-Augusto de Carvalho
31 de Julho de 2008.
Viana * Évora * Portugal
Sem comentários:
Enviar um comentário